Estágios Supervisionados: ECS

O Estágio Curricular Supervisionado (ECS) é componente obrigatório da organização curricular das licenciaturas, sendo uma atividade específica intrinsecamente articulada com a prática docente e com as demais atividades acadêmicas.

No curso de Física, a distribuição das atividades desse núcleo contempla a carga horária de 408 h, distribuída em quatro períodos letivos.

De acordo com o PPC, o Estágio Supervisionado I (ECS I) deve ser iniciado somente quando o aluno já tenha cumprido todas as disciplinas de formação básica, que correspondem aos quatro períodos iniciais do curso. A inscrição em ECS I para alunos que não tenham cumprido este critério poderão ser excepcionalmente autorizadas pelo Colegiado do curso somente para alunos com bom desempenho acadêmico, mediante solicitação prévia, formal e bem justificada.

As atividades de ECS I, II, III e IV poderão ser desenvolvidas nos turnos noturno, matutino ou vespertino de acordo com as especificidades da instituição concedente escolhida pelo aluno. Em cada período letivo, estas atividades somente poderão ser iniciadas após a celebração de Termo de Compromisso de Estágio entre o discente, a instituição concedente e a UENF. O Núcleo de Estágio (NUCEST) é o órgão da UENF responsável pela administração dos convênios, celebração de Termo de Compromisso, organização e registro da documentação das atividades de estágio dos discentes.

Nas disciplinas práticas de Instrumentação para o Ensino de Física I, II e III o físico-educador terá oportunidade de criar experimentos de Física usando materiais recicláveis e de baixo custo, de tal forma que ele poderá dar dinamismo às aulas de Física no Ensino Médio. No sexto período do curso o estudante iniciará os Estágios Supervisionados, e terá conhecimento acerca das condições da infraestrutura da escola em que está estagiando, podendo vincular as necessidades dessa escola às disciplinas de Instrumentação. Isto criará uma interação escola-universidade, cujos maiores beneficiários serão os alunos dessas escolas.

A Lei Nº 11.788 de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes, em seu primeiro parágrafo estabelece que o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior (…), que visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e a contextualização curricular, e faz parte do Projeto Pedagógico do curso.

As 400 h de Estágios Supervisionados para os cursos de formação de professores, proposta na resolução CNE/CP nº 1 de 18/02/2002, proporcionam uma excelente oportunidade para praticar a integração entre a Universidade e a Escola através do trabalho orientado dos alunos em formação. Neste intuito, acreditamos que a convivência entre os futuros professores e os professores experientes atuantes, desenvolvendo propostas de interesse mútuo, estimulará a formulação de questões essenciais para o desenvolvimento profissional e escolar.

De fato, o produto dos trabalhos voltados à investigação científica sobre ensino de Ciências e Matemática tem contribuído pouco para a melhoria do ensino nas escolas de Educação Básica. São muitos os fatores que determinam essa realidade. O resultado destes trabalhos raramente chega à Escola e aos seus professores. Mesmo quando o docente tem conhecimento, através de cursos ou publicações especializadas, muitas vezes estes não atendem as demandas mais urgentes das escolas e das salas de aula. Busca-se hoje formar grupos ou redes de trabalho através de parcerias entre a Universidade e a Escola e a partir de interesses comuns, elaborar projetos voltados ao ensino das grandes áreas de conhecimento.

No caso da formação inicial de professores, um dos momentos em que encontramos a oportunidade para constituir uma rede de formação, em que futuros e atuais professores possam trabalhar em colaboração, é o do Estágio Supervisionado. O surgimento dessa rede pode resultar no desenvolvimento de projetos voltados aos temas pertinentes à educação escolar.

A constituição destes grupos é salutar já que os professores das escolas de Educação Básica serão instigados a adotar uma postura de investigação científica, onde os temas selecionados estarão relacionados à prática docente e ao cotidiano escolar. Nesta concepção a escola é vista como um laboratório de pesquisa, cujas proposições, reflexões e investigações são extraídas do seu seio. O estágio curricular durante a formação docente é o espaço privilegiado para trocas entre os diferentes atores envolvidos no processo educativo: alunos, futuros professores e professores atuantes da Educação Básica e dos cursos de formação de professores.

Um dos caminhos para transformar o ensino de ciências na escola seria, portanto, através da integração entre alunos iniciantes das Licenciaturas e professores atuantes, em programas de educação continuada. Os alunos das Licenciaturas devem participar desde cedo de atividades em sala de aula, na medida em que essas atividades, seu planejamento, seu desenvolvimento, sua avaliação e seus desdobramentos, seriam o próprio objeto de estudo das investigações propostas.

Execução dos Estágios Supervisionados

O desenvolvimento dos estágios contempla a carga horária de 408 h, sendo distribuídas nos quatro últimos períodos do curso, com carga horária semanal de 6 h. Neste contexto, o Estágio Supervisionado está estruturado em quatro fases, descritas a seguir, sendo vedada a superposição de etapas, de acordo com as Normas da Graduação da UENF.

A primeira fase diz respeito à observação do contexto escolar, tem duração de um período letivo e tem caráter teórico/prático, isto é, observação e análise do contexto escolar com suporte da literatura especializada. Essa fase está estruturada a seguir:

  • história, filosofia e regimento da escola;

  • estrutura administrativa;

  • aspectos físicos e funcionais;

  • serviços, recursos tecnológicos;

  • integração escola/comunidade;

  • planejamento anual;

  • projeto pedagógico;

  • elaboração de relatório; e

  • autoavaliação.

A segunda fase contempla a observação participante da sala de aula, e tem duração de um período letivo. Além do aprofundamento das questões relativas à primeira fase, os estagiários terão a oportunidade de discutir e avaliar os planejamentos de ensino com os professores das disciplinas (supervisores) e participar das aulas, observando a relação entre alunos e professor, dificuldades de aprendizagem e as estratégias adotadas. Para enriquecer as ações pedagógicas, o grupo, desenvolve atividades de leitura sobre a prática reflexiva de professores, sobre aspectos do ensino construtivista, analisa livros didáticos, discute o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) e a utilização de tecnologias educacionais. A estrutura dessa fase é dada abaixo:

  • aprofundamento da primeira fase;

  • observação e participação de atividades didáticas;

  • leitura e análise sobre como formar professores como profissionais reflexivos;

  • avaliação de livros didáticos;

  • abordagem de conteúdos considerando aspectos do ensino construtivista;

  • utilização de tecnologias educacionais;

  • elaboração de relatório;

  • auto-avaliação e avaliação do estagiário pelo supervisor.

Através de ações conjuntas discutidas na escola no início do período letivo, os estagiários poderão promover atividades com intuito de desenvolver as capacidades, sugeridas no PCN, de comunicação, de questionamento dos processos naturais e tecnológicos, de compreensão da ciência como elemento de interpretação e intervenção na sociedade e de compreensão da tecnologia como conhecimento sistemático de sentido prático. Nessas duas primeiras fases, o professor supervisor do estágio na escola deverá atuar junto aos licenciandos, conduzindo o processo através de discussões, do auxílio na implementação e da avaliação. O trabalho terá suporte de literatura especializada e orientação do professor responsável pela disciplina na universidade.

A terceira fase concerne a coparticipação das atividades didáticas onde se inicia a investigação sobre um modelo didático desejável para as aulas de Física. Os estagiários planejam e coparticipam de atividades didáticas coerentes com o modelo estruturado. As principais atividades a serem abordadas nessa fase são:

  • aprofundamento das fases anteriores;

  • investigação sobre um modelo didático desejável para as aulas de ciências;

  • planejamento e coparticipação em atividades de ensino coerente com o modelo didático traçado;

  • elaboração de relatório;

  • autoavaliação e avaliação do estagiário pelo supervisor.

Na quarta fase ocorre a intervenção dos estagiários em sala de aula, representando um aprofundamento da fase anterior. O estagiário atua em sala de aula aplicando o planejamento de unidade de ensino elaborado de acordo com o modelo didático estruturado anteriormente. O professor supervisor acompanha o trabalho e discute os resultados com o grupo. Abaixo são apresentadas as principais atividades a serem desenvolvidas:

  • aprofundamento das fases anteriores;

  • estruturação e aplicação de unidades de ensino coerentes com o modelo didático traçado;

  • elaboração de relatório;

  • autoavaliação e avaliação do estagiário pelo supervisor.

Avaliação do Estágio

No final de cada fase do Estágio Supervisionado o estagiário fará um relatório individual referente às atividades desenvolvidas ao longo do período. Para isso, deve ser fundamental o uso do caderno de anotações (diário reflexivo) onde as impressões pessoais sobre as atividades devem ser anotadas e comentadas. Será também pedida uma autoavaliação ao estagiário. O professor supervisor avaliará os estagiários de acordo com a participação e desempenho dos estagiários. O professor responsável pelos estágios na universidade avalia os relatórios, a matriz de avaliação e atribui uma nota a cada aluno.