A convite do DCE/UENF, o deputado federal e professor de História Marcelo Freixo (PSB) participou de um debate no Centro de Convenções da UENF na tarde da última quinta-feira, 13/10/22, sobre o tema “O papel das universidades na democracia brasileira”. Também participaram do debate a vice-reitora da UENF, Rosana Rodrigues; a diretora da UFF/Campos, Ana Maria da Costa; o reitor do IFF, Jefferson de Azevedo; e o diretor geral do DCE/UENF, Jhonatan A. Cossetti.
Ao dar início ao debate, a vice-reitora Rosana Rodrigues disse que não poderia haver um momento mais propício para se colocar em pauta a democracia. “Nesse momento crucial da nossa história, é muito relevante falar de democracia neste espaço. Foi com muita luta no passado que chegamos até aqui hoje. A Universidade é democrática por natureza e neste momento, mais que nunca, temos que reafirmar esse espaço de pluralidade”, afirmou.
Ao iniciar sua explanação, Freixo lembrou de sua participação nas lutas em prol da UENF, na época em que era membro da Comissão de Educação da Alerj. Ele também agradeceu ao convite dos estudantes da UENF para participar do debate. “É muito bacana vir em uma universidade numa atividade organizada pelo DCE. Isso é algo de uma democracia que a gente não pode deixar perder. Estamos aqui hoje porque temos uma democracia que não foi dada de presente, foi conquistada, e nós não podemos correr o risco de perdê-la”, disse.
Segundo afirmou, um dos principais desafios da democracia hoje é a comunicação. Na sua opinião, todas as instituições, inclusive as universidades, precisam se comunicar melhor com os diversos segmentos da sociedade. “Falar entre nós e entre os iguais é bom, mas não resolve. A gente precisa se comunicar para fora. Não adianta falar em democracia e não se comunicar de forma democrática. Essa é uma questão decisiva. A gente precisa fazer as instituições funcionarem pra fora”, disse.
Ele afirmou que o problema da comunicação surge basicamente a partir de 2013, quando as redes sociais começaram a fazer parte integrante dos movimentos políticos no Brasil. Pela primeira vez na história, ressaltou, movimentos sociais começaram a ser deflagrados a partir das redes sociais, gerando novos padrões de comunicação na política.
Durante esta época, segundo afirmou, ocorreu uma “crise de representatividade” da democracia brasileira, que não tinha mais apenas as ruas como lugar, mas também as redes sociais. “Esse era um elemento novo. Foi a primeira vez que as manifestações não eram marcadas nos DCEs ou nos sindicatos. Eram marcadas no Facebook. E isso mudou tudo. É um outro mundo, uma outra comunicação.”, afirmou.
Segundo Freixo, a polarização política que hoje existe no país — e que, na sua opinião, continuará ainda por algum tempo, independentemente do resultado das eleições — começa justamente com esta crise de representatividade da democracia. Algo, segundo ele, historicamente normal, pois a democracia é algo que se constrói diariamente. “Não existe um modelo ideal de democracia”, afirmou.
Ao final da explanação, o deputado respondeu a perguntas dos participantes, em sua maioria universitários. O debate também contou com a participação do deputado estadual e presidente da Alerj, André Ceciliano (PT); e da deputada estadual eleita Carla Machado (PT).