Aniversário da UENF: 1º Friperj Itinerante no Centro de Convenções

Como parte da programação pelos 31 anos da UENF, foi realizado na manhã desta terça-feira, 13/08/24, no Centro de Convenções Oscar Niemeyer, na UENF, o I Encontro Itinerante do Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Friperj). A cerimônia de abertura contou com a presença da reitora da UENF, professora Rosana Rodrigues; do presidente do Friperj, Roberto de Souza Rodrigues (reitor da UFRRJ); do reitor do IFFluminense, Vitor Saraiva; e do professor Mauro Osório, da UFRRJ.

A reitora da UENF destacou a importância de a UENF receber o 1º Friperj itinerante justamente em seu mês de aniversário. Segundo Rosana, discutir o tema do encontro — “Trajetória e estratégias de desenvolvimento para o Norte Fluminense” — neste momento tem um significado muito grande para a UENF. Ela também ressaltou a idoneidade, capacidade e competência das instituições que compõem o Friperj para abordar temas complexos como o desenvolvimento, seja ele científico, tecnológico, econômico, social ou ambiental.

—  Sem dúvida alguma as universidades e institutos federais têm um peso muito grande na sociedade, e não podemos negar a necessidade do seu protagonismo. Essas instituições precisam estar à frente das discussões e na apresentação de propostas pra solução dos desafios que vamos enfrentar cada vez mais fortemente com a questão das mudanças climáticas, além de outras temáticas que impactam sobretudo a camada mais vulnerável  da população — disse.

Segundo Rosana, o Friperj também vem atuando no sentido de fazer as instituições passarem a olhar para fora de seus muros, o que é extremamente importante neste momento.

— A união dessas instituições  faz do Friperj uma potência que não há como ser detida. Ele terá que ser ouvido nas diferentes formas e nos diferentes cenários. Nós representamos hoje o que há de mais significativo  para o desenvolvimento, a força capaz de apontar os caminhos para esse estado tão combalido nas ultimas décadas. É com muito orgulho que a UENF é um membro nato do Friperj — disse.

O presidente do Friperj lembrou que o órgão começou a funcionar no final de 2022 com o objetivo de unir as instituições para a defesa de seus interesses, uma vez que aquele era um momento muito difícil, não só por conta da pandemia de Covid-19 como devido aos ataques ideológicos do governo às instituições de ensino e pesquisa. Desde então, o Friperj conta com a  participação de 10 instituições: quatro federais (UFRRJ, UFRJ, UFF e Unirio), duas estaduais (UENF e Uerj), dois institutos federais (IFFluminense e IFF Rio de Janeiro), Cefet e Colégio Pedro II. Ele ressaltou que uma das primeiras ações do Friperj foi uma nota de repúdio aos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023.

— Também tivemos outras ações conjuntas, principalmente na área orçamentária e também em defesa das nossas instituições. Aos poucos, começamos a entender a necessidade de nossas instituições pensarem também o estado do RJ de forma sistematizada e mais organizada.  Conseguimos perceber que, além de fórum político, também podemos ser uma entidade representativa da sociedade civil. E vamos criar em 19 de agosto a associação definitiva. Agora seremos uma entidade civil representativa na sociedade com peso político-acadêmico, capaz de propor políticas públicas para o estado do Rio de Janeiro — afirmou. A assembleia de criação do Friperj será realizada nesta segunda-feira, 19/08/24, às 14h, no Cefet-RJ.

Após a abertura, foi realizada uma mesa-redonda com os professores Mauro Osório, José Luis Vianna (UFF) e Érika Tavares (UFF).

Em sua apresentação, Osório afirmou que o Estado do Rio tem a economia que menos cresce no país.

— O Brasil teve um período de crescimento muito grande entre 1930 e 1980, quando o PIB dobrava a cada 10 anos. O Estado de São Paulo liderava, mas o Rio sempre acompanhou esse crescimento. Nas décadas de 1960, 1970, isso mudou. Nós perdemos 37% de participação no PIB nacional. Estamos em crise há décadas e isso precisa ser discutido com a sociedade — disse.

Segundo Osório, a taxa de desemprego entre jovens, no Estado do Rio de Janeiro, é bem mais alta que a média brasileira: cerca de 25%. Índice que, segundo ele, chega a ser maior que o das regiões Norte e Nordeste. Para ele, o Rio é o lugar “dos paradoxos”, e esses dados precisam ser estudados, discutidos, trabalhados, para que possam ser superados.

— O Estado do RJ é o lugar dos enclaves. A Petrobras é um enclave no estado. Cerca de 75% dos fornecedores da Petrobras estão fora do estado. Em Santa Catarina, estado mais industrializado do pais, é o contrario. Como fazer com que o Açu, por exemplo, deixe de ser um enclave e passe a gerar desenvolvimento inclusivo para o local? — questionou.

O professor enumerou três razões para a crise do Estado do Rio: a transferência da capital sem compensações; a carência de reflexão regional; e o golpe de 1o964.

— O golpe de 1964 foi uma desgraça para o país inteiro, mas no Rio de Janeiro foi uma desgraça de particular gravidade.  Aqui ocorria o debate nacional, aqui estavam as principais lideranças  nacionais — afirmou.

Programação de aniversário

Nesta sexta-feira, 16/08/24, data do aniversário da UENF, será realizada a Sessão Solene do Conselho Universitário (CONSUNI) alusiva à data. A sessão será realizada no Centro de Convenções Oscar Niemeyer a partir das 14h. Na ocasião, além de homenagens aos servidores da UENF, haverá a cerimônia de Outorga da Medalha Darcy Ribeiro — honraria máxima da Universidade — ao presidente da Faperj, Jérson Lima, e do título de Professora Emérita para a professora aposentada do Centro de Ciências do Homem (CCH) Arlete Sendra.

Veja a programação completa do aniversário da UENF AQUI.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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