Programa de Formação de Agentes Multiplicadores deixa legado de dedicação à democratização da Arte

Democratizar a Arte. Seja através do acesso do artista aos espaços, seja na disseminação das informações aos diversos grupos. Esse foi um dos sentimentos que permeou entre os participantes durante o Programa de Formação de Agentes Multiplicadores em Campos dos Goytacazes (RJ) -durante os dois dias, no Centro de Convenções Oscar Niemeyer, da UENF. Realizado pelo Instituto Arte na Escola e Polo Arte na Escola da UENF, o evento percorreu parte do Brasil e movimentou a cidade nas últimas quarta-feira, 10/09/25 e quinta-feira, 11/09/25.

— Participar expondo como artista no evento do Polo Arte na Escola foi maravilhoso porque, além de estar representando a arte local e mostrar, junto a outras artistas, o que tem sido criado por aqui, também é sempre muito importante trocar tanto com as outras artistas como com os participantes. Ter esse retorno de como nossa arte está sendo recebida e saber como a arte, em geral, está sendo ensinada nas escolas é muito enriquecedor — relatou Nathália Peçanha (@plan.taia), uma das artistas que compuseram o hall de entrada no evento.

Com ela, durante a Mostra de Arte com artistas locais, estiveram ainda Laryssa Monteiro (@laralalux), Yas Bittencourt (@yasb.ink), NINAVICENT (@ninavicent), Thaís Ribeiro (@thaisribeir_) e Garden (@arteraivosa).

A programação também foi cheia de grandes nomes do cenário da Cultura e da Arte, nos diversos segmentos, como Renata Sampaio, Viviane Viana, Marcela Cantuária e Antonilde Rosa. Veja mais sobre elas:

  • Renata Sampaio (Formação) – artista multidisciplinar, educadora e curadora, que foi gerente de Educação do MAM Rio. Conduziu a formação “Territórios e a criação de contra-narrativas através da Arte-Educação”;
  • Viviane Viana (Palestra) – professora e pesquisadora em Artes Visuais, doutoranda em Educação pela UERJ. Ministrou a palestra “Provocações da arte para pensar as relações étnico-raciais e de gêneros”;
  • Marcela Cantuária (Oficina) – artista visual com obras em acervos de instituições como o MASP e a Pinacoteca. Conduziu a oficina “Pelas mãos das mulheres do Sul Global: o reencantamento dos salões”;
  • Antonilde Rosa (Palestra) – musicista e pesquisadora, doutora em Música pela UNIRIO. Apresentou a palestra “Cartografias das Escutas: habitar e mediar as sonicidades dos lugares”.

Performances e pensamentos de impacto

No último dia do evento, quinta-feira, a programação contou com uma oficina conduzida por Marcela Cantuária, sob o tema “Pelas mãos das mulheres do Sul Global: o reencantamento dos salões”. O encontro foi mais um sucesso de público. À noite, a atividade deu lugar a uma performance potente de Cinzas, que foi aplaudida de pé pelo público. O coletivo Acará abriu as atividades do período.

A apresentação foi seguida pela palestra da musicista e pesquisadora Antonilde Rosa, que falou sobre “Cartografias das Escutas: habitar e mediar as sonicidades dos lugares”

Sobre a programação de quarta-feira, leia AQUI.

Entre suas falas, Antonilde desconstruiu inúmeros paradigmas a respeito da música e defendeu a força das diferentes sonicidades para a construção de composições.

— Os compositores do Blues incluíram o barulho do trem nos intervalos de Terça no blues. Villa Lobos compôs várias músicas colocando o barulho do trem. Então os sons dialogam. E quem separa? Por que separa? Existe uma lógica de ‘higienização’ da nossa escuta, que tem que tirar o máximo de ruído. E aí que acho interessante quando o Rap e Funk vêm e fazem o som de tudo o que representa aquele território. Que é justamente trazer o som daquele lugar — defendeu a pesquisadora.

Expectativas superadas

O evento superou as expectativas, com mais de 300 inscritos e adesão de um público vibrante, reforçou a coordenadora pedagógica do Polo Arte na Escola/ UENF, Danuza Rangel.

— Ter sido um dos sete polos da Rede Arte na Escola escolhidos para sediar essa iniciativa nos orgulha e engrandece a UENF. O sucesso do evento só foi possível graças ao apoio da Reitoria, da Pró-Reitoria de Extensão e de outros setores da universidade, além do de instituições parceiras como o IFF, que contribuiu de forma significativa com a presença de seus alunos. Mas o grande destaque esteve na força e na sinergia da equipe do Polo Arte na Escola, cuja dedicação garantiu uma realização organizada, acolhedora e de muitos afetos compartilhados — enfatizou a coordenadora.

A coordenadora geral do Polo Arte na Escola/UENF, professora Simonne Teixeira, ressaltou que o Programa de Formação de Agentes Multiplicadores em Arte e Cultura provido pela Polo Arte na Escola, embora direcionado aos professores da rede de ensino, acolheu um amplo público, como artistas, agentes culturais, estudantes, comunidade acadêmica e público em geral interessado no tema.

— O evento teve por objetivo apresentar as conexões entre diferentes experiências artísticas e as práticas educativas voltadas para a arte e a cultura. Nossas convidadas trouxeram a potência da interdisciplinaridade nesse processo, destacando a diversidade como fator fundamental na produção artística contemporânea. A proposta teve o intuito de ampliar o repertório das práticas educativas considerando as particularidades regionais — disse.

(Jornalista: Thábata Ferreira – Fotos: Clara Freitas, Cassiane Falcão e Thábata Ferreira – ASCOM/UENF)

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