Abacaxi do Norte Fluminense pode ter registro de Identificação Geográfica (IG)

A produção de abacaxi do Norte Fluminense é uma das mais importantes do país e, em breve, poderá ganhar o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) da espécie Denominação de Origem. Este é o objetivo de um projeto que vem sendo desenvolvido pela UENF, sob coordenação da professora Janie Mendes Jasmim, do Laboratório de Fitotecnia do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (LFIT/CCTA).  

O registro de IG é conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a produtos ou serviços característicos de seu local de origem, que podem ser distinguidos por atributos únicos. O IG da espécie Denominação de Origem — que está sendo proposto para o abacaxi do Norte Fluminense — inclui fatores naturais e humanos ligados às características do produto. 

Reunião realizada na UENF em setembro/2023

Segundo Janie, o cultivo de abacaxi exerce um papel fundamental no setor frutícola do Norte Fluminense, sobretudo considerando-se a agricultura familiar. Dados de 2022 indicam que a cultura do abacaxi movimentou cerca de 500 milhões de reais no Norte Fluminense. A produção regional de abacaxi está concentrada nos municípios de São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Campos dos Goytacazes e Quissamã. A área total colhida em 2022 foi de 4732 hectares.

O Norte Fluminense é considerado o quarto produtor nacional de abacaxi em importância, com destaque para São Francisco de Itabapoana considerado o segundo maior produtor em área colhida no ano de 2019, de acordo com Junghans e Souza da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Esses dados evidenciam a importância da contribuição do cultivo para o desenvolvimento socioeconômico regional.

Janie Jasmin

— O reconhecimento da IG – Denominação de origem fortalecerá a cadeia produtiva de frutos de abacaxi, trazendo maior visibilidade para a produção e novos negócios no Estado, em função da sua posição estratégica, infraestrutura, potencial turístico e conferirá maior visibilidade ao Norte Fluminense no mercado nacional, possibilitando ainda a sua inserção internacional — disse Janie.  

De acordo com a professora, a IG vai propiciar uma maior valorização da produção de abacaxi no Norte Fluminense e no estado do Rio de Janeiro RJ, possibilitando também uma maior interação entre os produtores, associações, a assistência técnica e extensão rural por meio da EMATER e SENAR, como o setor de P&D, além das Secretarias de Agricultura municipais, entre outros.

— Ademais, vai consolidar a transmissão dos saberes da abacaxicultura para as novas gerações, mantendo a tradição regional — concluiu Janie. 

O projeto é financiado pela Faperj, contemplado no Edital Programa Apoio à Promoção de Indicações Geográficas no Estado do Rio de Janeiro – E-26/290.118/2023. 

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