Aumento da captação de águas profundas na região preocupa pesquisadores da UENF

Problema atinge principalmente o Aquífero Emborê, formado há mais de 20 mil anos, que está situado a cerca de 200 metros de profundidade

O aumento da perfuração de poços está colocando em risco a maior reserva de água subterrânea do Estado do Rio de Janeiro, formada há mais de 20 mil anos: o Aquífero Emborê, situado no Norte Fluminense. É o que indica uma pesquisa desenvolvida pela UENF, em parceria com a UFRJ e o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, de Portugal, apresentada no IV Simpósio de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul (IV SRHPS), realizado em abril no IFF/Campos.

Professora Maria da Glória Alves, da UENF

No artigo intitulado “Panorama das Águas Subterrâneas do Norte Fluminense diante do aumento da demanda hídrica da região”, os pesquisadores Maria da Glória Alves (UENF), Lyndemberg Campelo Correia (UENF) e Gérson Cardoso da Silva (UFRJ) chamam a atenção para a necessidade de mais investigações científicas sobre o aquífero.

A pesquisa, que vem sendo desenvolvida há cinco anos, aponta um aumento significativo na perfuração de poços profundos, em virtude dos períodos prolongados de estiagem nos últimos anos, que reduziram drasticamente os níveis do Rio Paraíba do Sul.

— O Aquífero Emborê é a maior reserva de água subterrânea do Estado do Rio de janeiro, e por isso muito utilizada pelas concessionárias de serviços de tratamento e distribuição de águas, prefeituras e a população de forma geral, sem que haja em verdade um conhecimento técnico e científico compatível com a relevância desse corpo hídrico — afirmou a professora Glória. 

Durante a pesquisa foram levantados mais de 500 poços rasos e cerca de 140 poços profundos. Segundo os pesquisadores, estudos climáticos apresentaram previsões pessimistas para a região.

— É uma paleoágua, uma água fóssil de 20 mil anos com 200 metros de profundidade. É um patrimônio da região e é evidente que esta água tem de ser utilizada de uma forma que não acabe. Estão utilizando estas águas subterrâneas e é preciso pesquisar mais as reservas sem exaurir o aquífero. Saber o volume de água, reservas da região, a recarga do aquífero — ressaltou Glória.

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