
Nesta sexta-feira, 05/12/25, o Centro de Memória (CEM) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) reinaugurou o Espaço-Memória-Identidade UENF na sala 116 do prédio E1 (Reitoria). O pró-reitor de Graduação, Juraci Aparecido Sampaio, representando a reitora Rosana Rodrigues, e a professora titular aposentada, Lana Lage da Gama Lima, descerraram a placa. A solenidade teve como mestra de cerimônia a egressa do curso de Ciências Sociais da UENF e doutoranda em Democracia no século XXI na Universidade de Coimbra, Rachel Carvalho.

“A UENF é uma instituição que é um lugar que nos traz memória, é algo muito importante, porque sem memória não somos ninguém. Como sou da física, vou usar uma frase do Newton que dizia ‘se eu vim mais longe foi porque estive em braço de gigantes’. Nós temos esse olhar para o passado, é uma forma de nós olharmos para quem nós somos. E se nós somos os gigantes é porque nós temos um passado e nada mais vai representar isso do que um centro de memória, onde nós podemos ter agora e no futuro o registro do que nós fomos e como podemos ser no futuro. Parabéns também à professora Wania (Mesquita), que está à frente deste projeto de reestruturação do Centro de Memória UENF, que é importante e que esperamos ter longa vida -para que o trabalho, que não foi fácil, que vocês fizeram lá atrás, para resgatar a memória da universidade, seja mantido”
Juraci Aparecido Sampaio

A professora titular aposentada da UENF, Lana Lage, contou como foi criado o Centro de Memória UENF.
– Fui convidada pelo professor Salassier (Bernardo), nosso primeiro reitor eleito, para implantar a Pró-Reitoria de Extensão, que não existia, e eu, enquanto pró-reitora, professor Salassier nos fez a mim e a Heloiza (Manhães), duas historiadoras, escrever sobre os 10 anos da UENF. Continuamos o trabalho para o livro com um centro de memória. E Heloiza foi quem, de fato, carregou esse projeto que foi implantado comigo, e aí tivemos o apoio fundamental do grupo da Wania (Mesquita) nesse primeiro momento, e eu fico muito feliz. Queria conscientizar as pessoas da importância de doar documentos para escrever essa história – frisou Wania.
Lana Lage declarou também que a UENF, como Darcy Ribeiro tinha projetado, se tornou um espaço fundamental no desenvolvimento de Campos e região.
– A UENF foi fundada para desenvolver o Norte/Noroeste Fluminense. Então, quando nós construímos um Centro de Memória da UENF, é um Centro de Memória da região que, durante toda a história do Brasil, teve um papel absolutamente relevante no país e que precisa retomar um passado que já teve de importância. Viva Darcy (Ribeiro), viva a UENF, viva o Centro de Memória, viva Campos, viva a região Norte/Noroeste Fluminense. Que o desenvolvimento possa realmente elevar essa região à importância que ela tem de ter dentro do Estado do Rio de Janeiro – reiterou Lana.
A historiadora da UENF, Heloiza Manhães, lembrou a trajetória para a criação do Centro de Memória UENF.
– Falar sobre o Centro de Memória é estar junto com a professora Lana, que foi, desde o início, um compartilhamento de desafios e lutas para que nós pudéssemos dar a forma e a força a este projeto. A partir daí começamos essa trajetória. E nessa trajetória eu tive o apoio de representantes dessa luta, o professor Wanderley (Souza), o professor Salassier (Bernardo), o Carlão (Carlos Eduardo de Rezende) que teve presente. Foi a primeira batalha de começar a montar esse tabuleiro de xadrez e contar com uma equipe que está aqui presente, que foi mudando de acordo com os projetos, para que pudéssemos dar essa forma – disse Heloiza.

Heloiza Manhães comentou a alegria em rever o movimento que foi a luta pela instalação da UENF.
– Eu sou de Campos. Eu estive presente nessa luta, conheci o Darcy e vivenciei todos esses momentos com pessoas da sociedade campista que integraram a formação da UENF. Uma delas foi a professora Zuleima Maria, que montou a Prograd (Pró-Reitoria de Graduação) e foi de uma grandeza, de uma generosidade, de disponibilizar a documentação e depois doar a documentação para começar o primeiro exercício. É necessário captar esses documentos que estão ainda dentro da universidade e dentro da sociedade campista que sente interesse em doar – convocou Heloiza.
Heloiza considerou ainda que construir a memória da UENF é construir a identidade também de Campos dos Goytacazes e da região Norte/Noroeste Fluminense.
– É apontar pelo processo de mudança, de transformação que a universidade proporcionou naquele momento e continua atuante na arrancada da região Norte/Noroeste Fluminense, trazendo uma gama enorme de novos profissionais, uma vida acadêmica, uma vida social, uma participação muito efetiva nas mudanças, não somente de Campos e da região, quiçá do estado do Rio de Janeiro, no Brasil, e com caráter internacional – evidenciou Heloiza.

A coordenadora do CEM/UENF, docente e pesquisadora da UENF, Wania Mesquita, ressaltou que a UENF é uma instituição pioneira em vários aspectos.
– A UENF é pioneira na dimensão daquilo que se propõe, em termos de ensino, da pesquisa e da extensão. E hoje é o dia de firmarmos o nosso compromisso com o projeto e a sua concepção inicial, que avança de forma coletiva. Eu, integrante aqui há uns 20 anos, fui acolhida por essa instituição, que me proporcionou um aprendizado de vida que a cada momento se intensifica. E para não falar apenas em gerações, mas em tempos de experiências, eu gostaria também de agradecer a toda a equipe do Centro de Memória. E é muita alegria ver o envolvimento de vários estudantes, que são bolsistas do Programa Jovens Talentos da FAPERJ, alunos de ensino médio, os bolsistas de extensão e, em específico, os discentes da UENF. Também os pós-doutorandos, os doutorandos, todos que vestiram a camisa desse programa – realçou Wania.
Wania Mesquita enfatizou o compromisso da UENF com a sociedade justa.
– Sem a concepção inicial da Heloiza e da Lana, nós não estaríamos aqui. Se tivemos algum momento de interrupção, esse momento foi efetivamente para que buscássemos consolidar aquilo que estava na sua concepção inicial. Então, muito obrigada a todas as pessoas presentes e agradecer o compromisso também dessa gestão para a realização da reinauguração do espaço. Poderia nomear muitos, mas gostaria de fazer uma menção especial para o professor Silvério, que na sua gestão como reitor abriu as portas desta sala para que pudéssemos dar os primeiros passos nesta longa história – concluiu Wania.

O evento teve as presenças da pró-reitora de Extensão, professora Deborah Barroso; da diretora do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), professora Marina Satika Suzuki; do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política e representante da direção do Centro de Ciências do Homem (CCH), professor David Maciel; diretor do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), professor Alexandre Pio Viana; do diretor de Cultura da UENF, Giovane Nascimento; do prefeito da UENF, Rogério Castro; do chefe do Laboratório de Estudos da Sociedade Civil e do Estado (LESCE), professor Hugo Borsani; do presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense (ADUENF), professor Ricardo Nóbrega; e do diretor do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense (UFF-Campos), professor Cláudio Henrique Reis. Também participaram estudantes e servidores da UENF.
Na oportunidade, o público foi presenteado com réplicas em miniatura do Centro de Convenções e cartões postais da UENF.
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(Jornalista: Wesley Machado – Fotos: Cassiane Falcão – ASCOM/UENF)



