
Dois pesquisadores e uma empresa “filha” da UENF foram laureados com o “Prêmio Faperj de Ciência, Inovação e Reconhecimento – Destaques do Rio de Janeiro (1ª Edição) – 2025”, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI).
A professora e pesquisadora Georgiana Feitosa da Cruz ficou em 3º lugar na categoria Pesquisador Inovador. O estudante e pesquisador João Pedro Campos Matos conquistou o 1º lugar na categoria Jovem Pesquisador. E a empresária Fernanda Arêdes, CEO da MF Papaya, venceu a categoria Empresa ou Startup Inovadora. A cerimônia foi realizada na quinta-feira, 11/12/25, na Sala Cecília Meireles, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro.
A professora e pesquisadora da UENF, Georgiana Feitosa da Cruz destacou que ser agraciada na categoria Pesquisador Inovador do Prêmio FAPERJ de Ciência, Inovação e Reconhecimento foi uma surpresa muito positiva e, acima de tudo, uma grande satisfação pessoal e profissional.
— Esse reconhecimento simboliza anos de dedicação à pesquisa aplicada, muitas vezes desenvolvida de forma silenciosa, mas sempre com o compromisso de gerar soluções concretas para desafios reais do setor de petróleo, gás, energia e meio ambiente no estado do Rio de Janeiro — afirmou Georgiana.

A pesquisadora comentou também que, ao longo de sua trajetória, tem buscado transformar resultados científicos em tecnologias com potencial de aplicação prática.
— Esse esforço se materializa, por exemplo, no desenvolvimento de fluidos de perfuração à base de glicerina, com menor impacto ambiental, em parceria com a Petrobras, e em processos inovadores para separação e enriquecimento de hidrocarbonetos, que contribuem para o aprimoramento de etapas analíticas da cadeia do petróleo. Mais recentemente, também destaco o desenvolvimento de materiais sustentáveis para a remediação de derramamentos de petróleo, além de pesquisas de fronteira envolvendo semicondutores orgânicos à base de asfaltenos, com potencial aplicação em dispositivos optoeletrônicos, ambas em parceria com a UFABC (Universidade Federal do ABC) — informou Georgiana.
Georgiana disse ainda que a iniciativa da FAPERJ é extremamente relevante porque valoriza justamente esse tipo de pesquisa que conecta ciência, inovação e impacto social e ambiental.
— Premiações como essa fortalecem o ecossistema de inovação do estado, estimulam a aproximação entre universidade e setor produtivo e reafirmam a importância do investimento contínuo em ciência e tecnologia. Para minha carreira como pesquisadora, esse prêmio representa um incentivo importante para continuar apostando em projetos de longo prazo, na formação de recursos humanos qualificados e na consolidação de parcerias estratégicas. Também reforça o papel da UENF como uma instituição pública capaz de gerar conhecimento de alto nível e inovação tecnológica com impacto direto para a sociedade fluminense. Divido esse reconhecimento com meus alunos, colegas, parceiros institucionais e agências de fomento, que têm sido fundamentais nessa caminhada — ressaltou Georgiana.

A CEO da MF Papaya – Agro Innova Análises Genéticas, Fernanda Arêdes, declarou que que a UENF ocupa um lugar central na história da MF Papaya, que segundo a empresária, é fruto de um conjunto de parcerias bem-sucedidas e do empenho de pessoas comprometidas em transformar ciência e inovação em soluções reais para a agricultura.
— Foi durante meu pós-doutorado na UENF que o projeto que deu origem à MF Papaya nasceu. A instituição ofereceu estrutura em um momento em que ainda não tínhamos recursos e foi fundamental para que a pesquisa pudesse evoluir para uma solução aplicada ao mercado. Hoje, com muito orgulho, a MF Papaya mantém um convênio com pagamento de royalties à UENF, resultado de uma parceria que começou na ciência e se consolidou com sucesso — informou Fernanda.
Fernanda explicou também que a FAPERJ teve um papel decisivo na trajetória da MF Papaya, pioneira no Brasil em Tecnologia de Sexagem Molecular do Mamoeiro com plantio inteligente.
— A FAPERJ foi a primeira instituição a acreditar no projeto, ainda em 2019, por meio do edital Doutor Empreendedor. Desde então, outros apoios vieram, e cada edital representou um novo passo na estruturação e no crescimento da empresa — ressaltou.
A empresária egressa da UENF mencionou que receber o prêmio da FAPERJ reforça a convicção de que investir em educação, ciência, tecnologia e inovação é o caminho para transformar conhecimento em desenvolvimento para o estado do Rio de Janeiro e para o país.
— Receber este prêmio é uma grande honra para mim e para toda a equipe da MF Papaya. Esse reconhecimento tem um significado muito especial, pois representa uma trajetória construída com estudo, dedicação e persistência, desde os primeiros passos do projeto até sua consolidação como uma empresa de base científica, com impacto no agronegócio do estado do Rio de Janeiro — disse.
Fernanda deixou um agradecimento especial à equipe de laboratório da MF Papaya, pelo comprometimento, rigor técnico e dedicação diária que sustentam a qualidade e a credibilidade dos nossos resultados.
— Agradeço também aos clientes que confiam na nossa tecnologia e contribuem para que ela gere resultados concretos no campo — concluiu Fernanda.

O estudante e pesquisador da UENF, João Pedro Campos Matos, contou que sua trajetória na ciência começou há sete anos, quando saiu de Cordeiro para cursar Biologia na UENF.
— A princípio eu queria ser professor, sempre gostei de estudar, e principalmente, de ensinar. Nem sonhava em ser pesquisador, até que a UENF me possibilitou explorar esse lado, e me fascinei. Em 2020 eu conheci o Setor de Ecofisiologia Microbiana, orientado pelo professor Fabio Olivares, e não saí mais de lá — lembrou.
O pesquisador disse acreditar que todo cientista, de certo modo, é movido por perguntas e a vontade de mudar o mundo, e nisso, se identifica muito com a pauta social que norteia o seu trabalho: Uma agricultura sustentável e limpa.
—Durante a graduação eu mergulhei em técnicas de microbiologia clássica, analisando o potencial de bactérias e fungos para auxiliar no crescimento e na proteção de plantas. Já no mestrado eu somei tudo isso com técnicas de biologia molecular, a fim de entender detalhes da relação entre esses microrganismos com diferentes compartimentos da raiz de soja. O meu trabalho tem um viés biotecnológico, isso porque, compreendendo essa dinâmica, eu estou mirando na produção estratégica e eficaz de biofertilizantes para a agricultura — revelou.
João Pedro enfatizou que o desenvolvimento desta pesquisa lhe trouxe muitas realizações em 2025.
— Conheci lugares e pessoas, fui a muitos eventos e tive a honra de ser premiado em quatro deles, sendo mais recentemente agraciado com o 1° Lugar na categoria Jovem Pesquisador de Mestrado na 1ª edição do prêmio FAPERJ de Ciência, Inovação e Reconhecimento, motivo de muita alegria e comemoração, pois esse sentimento de ser reconhecido pela instituição, reforça o sentimento de que estou no caminho certo, e me motiva a seguir em frente. E falando em continuar, na semana passada veio a aprovação na seleção de doutorado aqui no programa de Biotecnologia Vegetal da UENF, agora é finalizar a dissertação de mestrado, e me preparar para essa nova etapa onde seguirei fazendo o que gosto – considerou João Pedro.
Confira a lista completa dos laureados com o Prêmio da FAPERJ no link abaixo:
https://www.faperj.br/rp/downloads/Resultado_Final_Pr%C3%AAmio_FAPERJ_eixo_1_.pdf
(Jornalista: Wesley Machado – ASCOM/UENF)



