Pesquisadora da UENF recebe Prêmio Mulheres na Ciência

Da esquerda para a direita: Clícia Grativol, Georgiana Feitosa da Cruz, Maria Cristina Canela, Maura da Cunha e Maria Gertrudes Justi,
todas professoras e pesquisadoras da UENF, na premiação da FAPERJ no Palácio Guanabara (Foto: Ascom UENF)

A pesquisadora Maura da Cunha, primeira docente da UENF a alcançar a categoria 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), recebeu o inédito Prêmio Mulheres na Ciência da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). 

A reitora da UENF, Rosana Rodrigues, também foi indicada ao prêmio, mas devido a uma agenda em Brasília não pode recebê-lo na ocasião. A cerimônia de premiação foi realizada no dia 13 de março no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Foram homenageadas 24 pesquisadoras pelas suas contribuições fundamentais para o avanço do conhecimento em suas áreas.

O prêmio para a professora Maura da Cunha foi pelo conjunto de contribuições na área científica e gestão e por ser a primeira docente mulher a conquistar a categoria 1A do CNPq na UENF.

— A categoria 1A do CNPq é a última. Só pesquisadores em final de carreira, que orientam, tem bastantes projetos, conseguem. A mulher tem uma dificuldade maior, é histórico, cultural. Na UENF vários homens já têm a categoria 1A do CNPq. Na UENF eu fui a primeira mulher a conquistar esta categoria — informou Maura.

A professora da UENF afirmou que ser uma mulher cientista é muito mais do que realizar pesquisas, é uma jornada de paixão, superação e transformação. 

— Enfrentamos desafios, mas também temos o poder de quebrar barreiras, inspirar futuras gerações e mostrar que a ciência é um campo para todas. Embora a luta pela igualdade continue, nossas contribuições estão mudando a forma como o conhecimento é gerado e compartilhado. Como mulheres, trazemos novas perspectivas e soluções inovadoras, enriquecendo a ciência e tornando o mundo mais inclusivo e sustentável. Juntas, estamos escrevendo um futuro em que nossa voz e nosso trabalho são reconhecidos e valorizados — destacou Maura.

A pesquisadora contou que sua “consciência como cientista” teve início com o aprendizado e o constante desenvolvimento da sua capacidade de analisar, entender e interagir com as informações. 

— Ser cientista é estar em constante evolução, como se eu tivesse nascido para explorar e expandir as fronteiras do conhecimento, sem limites de tempo — ressaltou Maura.

Para Maura a discriminação de gênero na ciência ainda é um grande desafio.

— Existem estereótipos que diminuem a ideia de que as mulheres possam ter sucesso em áreas mais técnicas ou de liderança científica. A pressão para equilibrar carreira e responsabilidades familiares também é um peso extra, já que a sociedade ainda espera que as mulheres desempenhem papéis tradicionais em casa. Outra dificuldade é o pequeno número de mentoras ou modelos femininos, o que pode dificultar a sensação de pertencimento. Infelizmente, também é uma realidade em muitos ambientes científicos, o que torna o ambiente ainda mais desafiador. E, por fim, a predominância do ambiente masculino e a desigualdade nas oportunidades de crescimento e reconhecimento no campo científico continuam sendo um obstáculo significativo. Mesmo com esses desafios, muitas mulheres têm quebrado essas barreiras e aberto caminho para outras, tornando a ciência um espaço cada vez mais inclusivo — afirma.

Natural do Rio de Janeiro capital e na UENF desde 1994, Maura lembra como foi recebida na UENF e versa sobre sua estada na Universidade do Terceiro Milênio.

— Fui umas das pioneiras na UENF, que tem sido um lugar onde dediquei a maior parte da minha vida, onde encontrei um espaço para crescer profissional e pessoalmente. Desde o momento em que ingressei, fui acolhida pela comunidade acadêmica e construí laços sólidos de trabalho e de vida. A universidade se tornou um ambiente onde pude desenvolver minhas habilidades e minha paixão pela ciência com o apoio de colegas comprometidos. Aqui, encontrei uma estrutura que me possibilitou dar os primeiros passos e enfrentar os desafios que surgiram ao longo do caminho. Minha estada na UENF tem sido repleta de aprendizados, tanto nos aspectos técnicos da minha área de estudo quanto no convívio com a diversidade de ideias e perspectivas que a universidade oferece. A UENF é um lugar onde a troca de conhecimentos é constante e é através dessa troca que sinto meu crescimento — diz a professora.

(Jornalista: Wesley Machado / Ascom UENF)

NOTÍCIAS

EDITAIS