Pesquisadores da UENF se destacam com projeto de jardins flutuantes

O projeto em 3D, mostrando como é a concepção dos jardins flutuantes.

Seis pesquisadores das áreas de Biotecnologia e Ciências Naturais da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) estão empenhados em uma proposta inovadora. Recentemente, o projeto “Caiapé Jardins Flutuantes” garantiu o segundo lugar no HackAçu, uma maratona de inovação on-line que aconteceu no fim do mês de outubro, com o objetivo de encontrar ideias que auxiliem no desenvolvimento socioeconômico e sustentável de Campos e São João da Barra, no Norte Fluminense.

O modelo tem a proposta de auxiliar gestões ambientais a restaurar os ambientes aquáticos através da retirada de contaminantes in situ empregando plantas aquáticas.

Segundo Gabriela Petrocelli, bióloga e doutoranda em Biotecnologia, o projeto prevê a coleta e análise da água, a seleção de plantas, a implantação do sistema com a comunidade e a destinação correta de resíduos.

“A implementação pode ser feita com a ajuda de moradores locais, visando a sensibilização ambiental. A manutenção é realizada de forma periódica, por uma cooperativa de reciclagem treinada pela Caiapé, que fará a coleta de plantas excedentes para a formação de adubos em composteiras, destinadas ao reflorestamento e jardins ornamentais”, completou.

Gabriela destacou ainda que a implantação dos jardins flutuantes trará benefícios sociais, ambientais e socioeconômicos para a população.

“O diferencial é a tecnologia in situ, onde o tratamento é realizado no próprio ecossistema contaminado, sem desviar o curso do corpo hídrico. Além disso, a Caiapé incentiva a circulação da economia, com o aproveitamento dos resíduos, gerando renda para os trabalhadores da cooperativa de reciclagem”, completou.

De acordo com Glacielen Ribeiro, engenheira ambiental e doutoranda em Biotecnologia Vegetal, os integrantes do grupo atuam em pesquisas sobre o processo de interação microrganismo e plantas para fins de biorremediação de metais e glifosato.

“Durante o evento, a partir das mentorias, a idealização foi moldada até chegar ao protótipo. O nosso projeto consegue abranger os aspectos socioambientais e econômicos de forma harmônica, propondo uma solução para remediar corpos hídricos contaminados”, pontuou.

A partir de agora, os pesquisadores vão iniciar a busca por recursos para financiamento para testar o protótipo do projeto.

“Estamos estudando as possibilidades de mercado para abrir a empresa e buscando fontes de financiamento para testar o protótipo. Inicialmente, seremos uma empresa júnior ou startup. Com todos os problemas ambientais da atualidade e a busca por soluções sustentáveis, acreditamos no potencial de mercado e no retorno socioambiental da execução do projeto”, finalizou.

Além de Gabriela e Glacielen, o grupo de pesquisadores é formado por Álef Sousa (biólogo, mestrando em Tecnologia Ambiental); Analyse Villanueva (engenheira ambiental, doutoranda em Biotecnologia Vegetal); Francisnei Pedrosa (biomédido, doutorando em Biociência e Biotecnologia) e Ingrid Siqueira (bióloga, doutoranda em Ciências Naturais).

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