Professor da UENF entre os cientistas mais citados no mundo na área de compósitos cimentícios 

Ex-aluno da UENF e professor da Universidade desde 2007, Guilherme coordena pesquisas sobre a substituição de cimento por bagaço de cana 

O professor Guilherme Chagas Cordeiro, do Laboratório de Engenharia Civil do Centro de Ciência e Tecnologia (LECIV/CCT) da UENF, está entre os cientistas mais citados no mundo na área de compósitos cimentícios, segundo o artigo científico “Sustainable approach of using sugarcane bagasse ash in cement-based composites: A systematic review”. 

Guilherme trabalha com materiais cimentícios desde o seu mestrado em Engenharia Civil da UENF, ocorrido entre os anos de 1999 a 2001. O termo “compósitos cimentícios” refere-se aos materiais produzidos à base de cimento Portland, como concretos, argamassas e pastas cimentícias. Segundo Guilherme, muitas pesquisas têm sido feitas com o objetivo de encontrar alternativas para a substituição parcial de cimento na construção civil.  

“O concreto é o material de construção mais utilizado no mundo. A produção de cimento, que é a matéria-prima básica dos ‘compósitos cimentícios’, consome uma quantidade considerável de energia, emite quantidades expressivas de gases intensificadores de efeito estuda e causa o esgotamento de recursos naturais”, explica. 

Guilherme no Laboratório de Engenharia Civil da UENF (LECIV)

Guilherme tem coordenado pesquisas cujo objetivo é o desenvolvimento de compósitos cimentícios de alto desempenho com a substituição parcial de cimento por materiais suplementares, produzidos principalmente com resíduos agroindustriais, como é o caso das pesquisas com cinzas do bagaço de cana-de-açúcar desenvolvidas na UENF.  

O professor integra o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UENF, com a linha de pesquisa sobre “Materiais e Tecnologias não Convencionais”, coordenando pesquisas sobre materiais pozolânicos, emprego de resíduos no concreto, concreto de alto desempenho, concreto autoadensável, agregados reciclados, moagem e técnicas analíticas utilizadas na caracterização de materiais cimentícios. 

 Segundo Guilherme, a classificação das pesquisas sobre o emprego de cinzas do bagaço de cana-de-açúcar em sistemas cimentícios foi feita a partir de uma análise cienciométrica associada a uma revisão manual completa do uso de cinzas do bagaço em sistemas cimentícios (https://doi.org/10.1016/j.cscm.2021.e00698). O estudo se baseou em artigos de periódicos e artigos de revisão sobre a utilização da cinza disponíveis no banco de dados Scopus entre 2007 e 2021. 

 Para Guilherme, sua colocação no ranking dos cientistas mais citados do mundo na área de compósitos cimentícios é o resultado da sua dedicação a esta área de pesquisa nos últimos vinte anos. 

As pesquisas sobre cinza do bagaço foram iniciadas em 2002, durante o doutorado de Guilherme na COPPE/UFRJ. Na UENF, seu grupo trabalha com esse material desde 2008. Desde então, foram concluídas 10 dissertações de mestrado e uma tese de doutorado, todas com artigos associados publicados nos principais periódicos sobre materiais cimentícios do mundo.  

“Isso conferiu muita visibilidade às nossas pesquisas. Entre 2015 e 2016, eu tive a oportunidade de realizar uma pesquisa com amostras de cinzas do Estado do Rio de Janeiro no Georgia Institute of Technology (Georgia Tech), em Atlanta-EUA, o que possibilitou um aprofundamento ainda maior no tema e, consequentemente, maior difusão internacional às pesquisas conduzidas na UENF”, afirma. 

  

O interesse em estudar esta área surgiu durante a sua proposta de doutorado na COPPE-UFRJ, em 2002, quando Guilherme ingressou no grupo de pesquisa dos professores Romildo Dias Toledo Filho e Eduardo de Moraes Rego Fairbairn.  

De acordo com Guilherme, as cinzas do bagaço podem ser incorporadas pela indústria de duas formas: 

“A primeira delas diz respeito ao seu emprego como um dos constituintes do cimento. No Brasil, há cimentos compostos que possibilitam a utilização das cinzas diretamente no cimento. A segunda alternativa seria a produção da cinza como uma pozolana, que pode ser utilizada em conjunto com o cimento em pastas, argamassas e concretos. As pesquisas desenvolvidas na UENF visam produzir cinzas para ambas as aplicações”. 

  Guilherme iniciou sua graduação na Uerj. Em 1994, foi transferido para a UENF, formando-se em Engenharia Civil em 1998. No ano seguinte, ingressou no mestrado em Engenharia Civil na UENF, concluído em 2001. Em 2002, ele ingressou no doutorado da COPPE-UFRJ, concluído em 2006. Permaneceu na COOPPE como pesquisador até 2007, quando foi admitido como professor associado da UENF. 

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