A falta de equipamentos de proteção individual (EPI) tem sido um grave problema para os profissionais de saúde de todo o País. Pensando nisso, duas professoras da UENF, Ana Bárbara Freitas e Helena Hokamura, decidiram dar sua parcela de contribuição para tentar minimizar o problema.
Elas vêm desenvolvendo um projeto de produção, esterilização e distribuição de máscaras e gorros para serem doados, prioritariamente, aos profissionais de saúde de Campos dos Goytacazes. No total, já foram confeccionadas mais de 500 máscaras e 50 gorros. A maior parte da doação foi feita no Hospital São José, que atende toda a Baixada Campista.
A ideia surgiu da professora Helena, médica veterinária e diretora do Hospital Veterinário da UENf. “Acompanhando os noticiários sobre a situação mundial e sabendo que haveria uma busca generalizada aos produtos básicos de proteção, comecei a produzir máscaras descartáveis que pudessem ajudar”, explica.
No início do projeto, as professoras contavam com a ajuda voluntária de duas artesãs, que atuam como bolsistas do projeto de extensão “Ateliê solidário”— a professora Débora Barroso e Inês Freitas. Graças ao trabalho delas, foi possível produzir rapidamente um grande número de máscaras e gorros.
O material não beneficiou apenas os profissionais de saúde: 150 máscaras foram doadas para o projeto “Química Solidária”, da professora Cibele Almeida; 50 para o coletivo de catadores de lixo; 10 para alunos da professora Débora Barroso; e cerca de 30 máscaras foram distribuídas no Hospital Veterinário da UENF. No momento, estão sendo produzidas mais 200 máscaras que serão entregues ao quadro de enfermagem do Hospital São José.
A enfermeira Catharine Ferreira, responsável por buscar o material com a professora Helena, destaca a importância dessa ação: “Este trabalho das professoras da UENF tem sido fundamental para nós. Toda doação é muito bem-vinda, visto que os equipamentos de proteção individual estão em falta. O Hospital São José agradece demais, tanto a doação das máscaras quanto dos gorros”.
Além das professoras da UENF, também atuam no projeto a médica veterinária Claudia Almeida e a enfermeira Marília Cipriano, responsáveis pela esterilização do material, que é feita com a autoclave do Hospital Veterinário. As três também estão recebendo doações e chegaram a esterilizar 500 máscaras e 250 aventais produzidos e doados por outro grupo de voluntários.
“As máscaras não estão sendo distribuídas apenas para os profissionais da saúde, mas também para os porteiros e seguranças, que muitas vezes nos auxiliam a tirar os pacientes do carro, como também para os funcionários dos serviços gerais. Ou seja, elas estão sendo muito úteis para todos”, disse Catharine.
Todo o material utilizado para a confecção das máscaras e gorros vem sendo adquirido com recursos próprios dos participantes do projeto. Segundo Helena, o material escolhido foi o TNT, pois ele facilita o descarte. Após a confecção e esterilização, os produtos são acondicionados em envelopes plásticos. Em cada envelope, são colocadas cinco unidades de máscaras, número suficiente para as trocas necessárias em um plantão de 12 horas.
Em uma semana, a professora Helena conseguiu produzir cerca de 130 máscaras que, após a esterilização, são acondicionadas em envelopes. Cada envelope possui cinco unidades, número de máscaras suficiente para as trocas necessárias em um plantão de 12 horas.
“Eu gosto de confeccionar as máscaras, pois me acalma. Ao mesmo tempo, fico feliz em ajudar os profissionais de saúde neste momento tão difícil. Queremos que, através deste simples gesto, eles sintam todo o nosso respeito e carinho. Que cada um deles, que estão lutando na linha de frente do COVID—19, se sinta abraçado por nós neste momento”, diz Helena..
Uma das próximas ações do projeto é iniciar uma parceria com a confecção Mania D’água e com empresas que atuam no Porto do Açu, com o objetivo de fornecer um maior número de máscaras para a cidade. Na parceria, a UENF fornecerá a esterilização das máscaras e a logística de produção de totens com máscaras e sabonetes, que serão colocados em pontos estratégicos da cidade.