Com objetivo de prevenir e conscientizar a população sobre o combate à crueldade animal, a Campanha Abril Laranja foi iniciada pela Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade a Animais (ASPCA) e é fomentada por órgãos públicos e iniciativa privada. O Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) promove a conscientização e parcerias para oportunizar o bem-estar animal. Um dos exemplos é a parceria com o Projeto Gramacho, que há um ano e meio cuida de animais acidentados no Rio de Janeiro em cooperação com a Universidade.
As atividades acontecem através do projeto de Extensão “Tratamento e capacitação de graduandos, residentes e médicos veterinários em cirurgias utilizando técnicas minimamente invasivas (videolaparascopia, Notes, Single Port e microcirurgia) em animais de companhia do NF”, que conta com uma equipe multidisciplinar para a avaliação e tratamento de casos de fraturas vertebrais, hérnias de disco e diversas fraturas de ossos longos. Além disso, são atendidos bichos com colangiohepatite, enterite, pancreatite e pneumonia, por exemplo.
No Brasil, maltratar animais silvestres, nativos, exóticos domésticos ou domesticados configura crime. O artigo 32 da Lei 9.605/98 prevê pena de detenção e multa para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. Em meio aos atendimentos, na rotina do Hospital Veterinário os profissionais se deparam com casos de maus tratos. De acordo com Fernanda Antunes, diretora do HV, pelo menos dois são registrados por semana.
“Quando um animal é abandonado no campus, nós vamos até a delegacia e registramos a ocorrência. Muitas vezes identificamos tutor e ele retorna ao hospital para assinar o termo de doação. Mas quando ele não retorna para doar o animal, corre o risco de ser preso. O proprietário tem um período para requerer o animal de volta, mas caso não seja feito ele é encaminhado para o Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) para doação. Uma outra ocorrência também são os animais soltos no campus da UENF aos fins de semana, o que causa prejuízos à saúde e segurança da comunidade interna”, completou.
Maus-tratos são tema de cartilha – Com o objetivo de promover a conscientização sobre o tema, o projeto de extensão “Educação humanitária e bem-estar animal: educar para proteger” formulou a “Cartilha de conscientização sobre os maus-tratos aos animais”. O trabalho foi realizado por Rosemary Bastos, coordenadora do projeto, professora de Fisiologia e Bem-estar animal dos cursos de graduação em Medicina Veterinária e Zootecnia (LRMGA/CCTA), e de Stella Gioia Branco, médica veterinária e bolsista do projeto.