A UENF e o Porto do Açu assinaram, na última semana, um projeto de pesquisa para avaliar a viabilidade técnica do reuso de sedimentos da dragagem do Açu na produção de materiais para a construção civil. Com alguns estudos já em andamento, a parceria une dois expoentes da região: a UENF, com seu corpo técnico qualificado, e o Porto do Açu, grande impulsionador do desenvolvimento regional.
Com alguns protótipos em fase de testes, a pesquisa, que tem a duração de dois anos, é pioneira nos projetos de P&D – Pesquisa e Desenvolvimento – do Porto do Açu. Com oito bolsas já implementadas até então do edital “Empresa Inovadora”, do CNPq, pesquisadores e estudantes da UENF podem dedicar seus estudos em busca de soluções sustentáveis e inovadoras, utilizando os sedimentos da dragagem.
O reitor da UENF, professor Raul Palacio, afirmou que trata-se de uma parceria fundamental para o desenvolvimento regional. “O desenvolvimento da pesquisa na UENF passa pela interação com as empresas. Nossa parceria com o Porto do Açu, maior empreendimento da região, vai permitir que a universidade passe a compreender às necessidades das indústrias e possa direcionar seus cursos, pesquisas e capacitações, de forma a atender os anseios da sociedade, além de fortalecer nosso Parque Tecnológico.”
Para a Juliane Castro, oceanógrafa da Porto do Açu Operações, a parceria com a UENF é de grande importância para o empreendimento. “Estamos muito entusiasmados por oficializar essa parceria com uma das principais universidades da região, reforçando nosso compromisso com a sustentabilidade, a inovação e o desenvolvimento local. O projeto de reuso da lama de dragagem para construção civil, nosso primeiro oficial de P&D, nos possibilita estreitar ainda mais o relacionamento com a comunidade acadêmica, estimulando o intraempreendedorismo e abrindo caminho para novas pesquisas.”
Os resíduos provenientes da lama da dragagem vão ser estudados como compostos na fabricação de tijolos, argamassa, blocos intertravados, entre outros materiais, que podem vir a ser aproveitados até mesmo nas obras do complexo do Porto do Açu.
A pesquisadora Madeleing Taborda, uma das bolsistas do estudo, está confiante com os primeiros testes com a lama de dragagem.
“Até o momento, estamos contentes com os resultados preliminares. O potencial do material tem se tornado bastante evidente e esperamos, em breve, ter algo concreto a apresentar.”