Na última quinta-feira, 14/07, a revista Times Higher Education divulgou o ranking das melhores universidades da América Latina. A publicação inglesa é afiliada ao jornal The Times e, anualmente, veicula notícias e artigos referentes à educação superior. A THE elabora rankings que estão entre os mais abrangentes, equilibrados e confiáveis do mundo. Para avaliar as universidades, são considerados 13 indicadores, como ensino, pesquisa, citações, transferência de conhecimento e perspectiva internacional.
A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) ocupa a 89ª posição no ranking da América Latina, que é liderado pela Pontificia Universidad Católica de Chile. O Brasil se destaca no topo do THE Latin America University Rankings, com 28 universidades entre as 50 melhores e sete entre as 10 melhores. Neste ano foram avaliadas 197 universidades de 13 países.
Segundo a Assessora de Assuntos Internacionais e Institucionais da UENF (ASSAII), Angela Pierre Vitória, a inclusão da UENF no ranking é parte da política norteada pelo Plano de Internacionalização (2021-2024) elaborado pela ASSAII juntamente com a vice-reitoria. “O aumento da visibilidade nacional e internacional da Universidade é importante para que possamos atrair mais pesquisadores e estudantes, nacionais e estrangeiros, assim como recursos para a pesquisa”, afirmou.
Humberto Fernandes é internacionalista da UENF e destaca que, atualmente, a instituição tem mais de 130 colaborações internacionais. “A maioria dessas publicações é oriunda de parcerias ainda não institucionalizadas entre docentes da UENF com docentes estrangeiros. Isso abre um enorme leque de oportunidades para nossos discentes e para a captação de recursos. Ocupar uma posição entre as 100 melhores universidades da América Latina é motivo de orgulho”, ressaltou Humberto.
Na avaliação da revista, o ensino e a pesquisa são fatores fundamentais na formação de novas gerações de pesquisadores. Um outro fator importante é a capacidade de investimentos em pesquisa, independente das variáveis econômicas e políticas. Outros itens também avaliados, são o quanto as universidades conseguem atrair estudantes e pesquisadores de outros países, a contribuição para a inovação tecnológica e o papel como referência para outras pesquisas.
Na análise de Rosana Rodrigues, vice-reitora, a colocação da UENF merece ser estudada com muito critério. ” Desde 2015 a Universidade vem sofrendo com cortes no financiamento, o que impacta nas pesquisas, educação e inovação tecnológica. O fato de estarmos entre as 100 melhores universidades da América Latina e as 10 melhores universidades públicas do Brasil, é decorrente de um trabalho intenso de toda comunidade acadêmica. Atualmente, vivemos um processo de desmantelamento dos sistemas de educação, ciência e tecnologia, com cortes nos orçamentos na CAPES, CNPq e nas agências de fomento, o que impacta diretamente numa instituição que tem na pesquisa seu diferencial”, ponderou.
A vice-reitora destacou ainda a importância de uma análise voltada para a autonomia administrativa e financeira das instituições. “As universidades de São Paulo, que ocupam as melhores colocações do Brasil, têm um modelo de gestão autônoma para a utilização dos recursos financeiros, possibilitando um planejamento que impacta diretamente nos resultados. Apesar do estado do Rio de Janeiro ter uma lei aprovada, que obriga o repasse mensal por parte do poder público, nos recursos da UENF essa situação não ocorre de fato”, afirmou.
“O destaque da UENF é reflexo de diversas ações que permitiram o fortalecimento da inclusão e da diversidade nos campi, ao desenvolvimento de novas tecnologias para uma melhor qualidade de vida e, principalmente, a qualidade nas atividades de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvidos pela Universidade ao longo de 29 anos, transferindo conhecimento e trabalhando sempre a serviço da sociedade”, enfatizou a vice-reitora.