UENF lança novas formas de ingresso para 2026

Desde 2010 utilizando o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) como única alternativa de entrada em seus cursos de graduação, a UENF passa a oferecer, a partir do ano letivo de 2026, novas formas de ingresso. Nesta quarta-feira, 15/10/25, serão lançados dois editais inéditos: o UENF Diversa e o UENF Olímpica.

O primeiro será voltado especificamente para indígenas, quilombolas e pessoas transgênero. Já o segundo será destinado a candidatos que tenham obtido premiação em olimpíadas de conhecimentos escolares.

Também nesta quarta deverá ser lançado o Edital UENF Conexão, voltado para Transferências (Interna e Externa), Reingresso e Dispensa de Participação em Processo Seletivo (DPPS). Serão disponibilizadas cerca de 291 vagas, com seleção em novembro e matrícula no início de janeiro.

Uma novidade do Sisu de 2026 será a possibilidade de utilizar a nota das três últimas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Quem fez as três provas, ou duas delas, poderá usar a maior nota. Quem fez apenas uma, poderá concorrer em 2026, ainda que não tenha feito o Enem este ano.

Vagas olímpicas

Aprovado pelo Colegiado Acadêmico da UENF (COLAC) no início deste ano, o Edital UENF Olímpica vai oferecer de duas a cinco vagas em cada curso de graduação — cinco nos cursos de licenciatura em Química, Física e Matemática e duas nos demais cursos.

O Edital é dirigido a quem obteve medalha (ouro, prata ou bronze), bem como menção honrosa, em olimpíadas escolares. Cada categoria terá uma pontuação, e quem vem de escola pública terá um bônus de 30% em caso de empate.

Para participar, o aluno precisa estar finalizando ou já ter finalizado o ensino médio, pois, caso aprovado, deverá comprovar a conclusão desse nível de ensino no ato da matrícula.

— Este é um edital piloto, então vamos ver como vai ser a demanda e fazer os ajustes necessários nos próximos editais. A ideia é trazer os melhores alunos do ensino médio e também incentivar os estudantes a participarem cada vez mais  de olimpíadas — afirma o pró-reitor de Graduação da UENF, professor Juraci Aparecido Sampaio.

Ele explica que  várias universidades têm lançado editais deste tipo em todo o país, seguindo os passos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) — a primeira a realizar um edital nestes moldes, em 2018. Nesta modalidade de ingresso, não será necessário que o aluno tenha feito a prova do Enem.

— Algumas instituições inclusive vão até essas olimpíadas e já oferecem aos medalhistas uma bolsa para entrar na universidade. Estamos discutindo dentro da UENF a possibilidade de o aluno que passa por este edital já entrar com uma bolsa de Iniciação Científica (IC) — diz o pró-reitor.

UENF Diversa

O UENF Diversa vem para suprir uma lacuna na universidade. Segundo Juraci, embora a Lei de Cotas do Estado já inclua reserva de vagas de 20% para indígenas e quilombolas, são muito poucos os alunos que entram desta forma na Universidade. Atualmente, a UENF possui apenas dois alunos nesta categoria — um indígena e um quilombola — em todos os seus cursos de graduação.

O Edital em questão vai incluir não só indígenas e quilombolas como alunos transgêneros. Serão duas vagas remanescentes — ou porque não foram preenchidas ou porque houve desistência — para alunos quilombolas, indígenas ou transgênero (mulheres trans, homens trans e travestis).

— São populações marginalizadas, que precisam de um incentivo a mais para prosseguir os estudos, pois as cotas não estão conseguindo atraí-los para a universidade. Essa discussão já vem acontecendo há algum tempo no Estado, e a UENF tem participado ativamente. Várias universidades no país vem tendo este tipo de cota diferenciada, pois são pessoas com dificuldade de acesso — afirma Juraci.

Segundo ele, para se candidatar através deste Edital será necessário, por enquanto, ter realizado o Enem — da mesma forma que no SiSU, serão consideradas as notas das três últimas provas. Mas, dependendo da demanda, poderá haver a partir do próximo ano letivo uma prova específica para este edital.

— Um dos grandes problemas no Estado do Rio é que apenas 45% dos alunos que terminam o ensino médio fazem a prova do Enem. Como o ingresso pelo SiSU é especificamente através da nota do Enem, 60% desses estudantes ficam sem uma forma de acessar a universidade — diz.

De acordo com o pró-reitor, a ideia é atrair mais alunos para a universidade, uma vez que os jovens hoje estão muito reticentes em relação ao ensino superior. Trata-se de um fenômeno que vem ocorrendo em todo o país. Outras possibilidades de ingresso vêm sendo discutidas na UENF e poderão ser lançadas nos próximos anos, como o ingresso específico para idosos, seleção de alunos através do histórico escolar ou processo seriado, no qual todos os anos os alunos fariam uma prova.

— Queremos oferecer um leque de opções. Estamos estudando inclusive a possibilidade de usar a nota de outros vestibulares, como o do Cederj e da Uerj — afirma o pró-reitor.

Segundo ele, outra questão que precisa ser enfrentada é a concorrência com o ensino a distância. No último Censo da Educação, divulgado este ano, o ensino EaD superou o ensino presencial.

— O número de alunos de matriculados no ensino EaD superou o do ensino presencial, porém muitos desses cursos não têm a qualidade desejada.  Um diferencial da UENF é oferecer uma educação gratuita e de qualidade. Dos alunos que se formam na graduação da UENF, 32% fazem mestrado na própria universidade e, destes, 12% chegam ao doutorado. Isso sem falar nos que fazem pós-graduação em outras instituições — conclui.

(Jornalista: Fúlvia D’Alessandri – ASCOM/UENF)

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