Evento foi realizado nos dias 5 e 6 de novembro no Centro de Convenções e no CCH
O Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem da UENF realizou nos dias 5 e 6 de novembro a XI Jornada de Língua Portuguesa da UENF. O evento teve como tema “Inteligência Artificial na Educação: novos caminhos para o ensino de Língua Portuguesa”.
A mesa de abertura, na terça-feira, 05/11/24, contou com as participações dos professores do IFF Fabiana Castro Carvalho de Barros e Ronaldo Adriano de Freitas, com mediação do professor da UENF Sérgio Arruda de Moura.
Debates tiveram adeptos e reticentes à IA
A professora do 3º ano do Ensino Médio Técnico do IFF Itaperuna, Fabiana Castro Carvalho, desenvolve com os alunos atividades com ferramentas de inteligência artificial, como produção textual e análise de redações.
— A IA pode ajudar no ensino de redação com as correções automatizadas. São perspectivas, mas que já estão acontecendo. Nosso trabalho pode ser enriquecido com a IA — considerou.
O professor da licenciatura em Letras do mestrado profissional em Ensino e suas Tecnologias do IFF, Ronaldo Adriano de Freitas, ponderou que a IA modifica a estrutura da hiperlíngua.
— A nós, professores, cabe refletir com nossos alunos como a IA vai alterar o sentido do que está sendo dito. O pensamento, a prática e o ensino estão em ebulição — afirmou Ronaldo.
O mediador, professor do Programa de Pós-graduação em Cognição e Linguagem da UENF, Sérgio Arruda de Moura, destacou que o processo de escrita e de autoria vai ser modificado.
— Não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo. Esta é a terceira ou quarta morte do autor — disse Sérgio, fazendo referência a texto clássico de Roland Barthes, “A morte do autor”.
“É preciso ensinar a usar o celular em sala de aula”, afirmou professor
Ainda na terça-feira, o professor José Pacheco, fundador da Escola da Ponte, português radicado no Brasil, conversou por videoconferência com os presentes ao auditório IV do Centro de Convenções da UENF.
— A inteligência artificial está sendo utilizada como paliativo. É como a gamificação, que transforma as escolas em cassinos. É preciso ensinar a usar o celular em sala de aula. Tenho muito receio que a IA venha impedir que o sistema se transforme e se regenere —pontuou José.
Entre adeptos e reticentes à IA, o debate prosseguiu na terça-feira com a palestra “Ensinar a escrever: onde fica a nossa inteligência?”, ministrada pela professora do Cefet-MG, Ana Elisa Ferreira Ribeiro. A programação continuou na terça-feira com uma roda de conversa com o professor da Uerj José Carlos de Azeredo.
Na quarta-feira, 06/11/24, foram realizadas mais palestras e os grupos de trabalho no CCH com apresentações de pesquisas. Os participantes puderam confraternizar com atividades culturais e coffee break.
A coordenadora da XI Jornada de Língua Portuguesa da UENF, professora Eliana Crispim Franca Luquetti, agradeceu à equipe organizadora e também à presença dos professores e dos estudantes, ressaltando a relevância das discussões sobre IA.
(Fotos: João Victor Longo/UENF)
(Jornalista: Wesley Machado)