Workshop discute internacionalização da UENF

Os professores Ângela Pierre Vitória, Raul Palacio e Márcio de Castro Silva Filho participaram da abertura do Workshop

A UENF está realizando nesta quinta-feira, 25/08/22, o Workshop de Internacionalização, que tem por objetivo divulgar e expandir as ações de internacionalização para estudantes e servidores para que a UENF se consolide no contexto científico global. A abertura, realizada na parte da manhã através do Canal UENF TV, no YouTube, contou com a participação do reitor da UENF, Raul Palacio; da assessora de Assuntos Internacionais e Institucionais, Ângela Pierre Vitória; e do pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Márcio de Castro Silva Filho.

Destacando a importância da internacionalização das universidades no mundo atual, globalizado, o reitor disse que a realização do Workshop é o resultado de todo um trabalho de internacionalização da UENF que vem sendo feito há alguns anos.

“É importante esclarecer que não é um trabalho para obter pontos em relação a avaliações, mas um trabalho consciente, que resulta de um projeto de intercâmbio, de internacionalização que a ASSAII vem realizando, concretizando acordos de cooperação com diferentes países. Esse intercâmbio se dá em função de todas as características que temos hoje no mundo globalizado. É um processo natural, necessário para as universidades que estão buscando a manutenção da qualidade de ensino. O mundo hoje está globalizado e é importante o intercâmbio das universidades em nível mundial”, disse.

A professora Ângela enfatizou a necessidade urgente de internacionalização das universidades. “As universidades no mundo e no Brasil pagaram um preço muito alto por terem deixado de lado as ações de extensão, principalmente de divulgação científica. Isso acabou gerando um exército de negacionistas, e o preço caro que pagamos por isso foi a morte de milhões de pessoas em função de movimentos anti-vacina. Nós não podemos cometer o mesmo erro com a internacionalização. As universidades que não se internacionalizarem vão ficar de fora do debate global sobre ciência e tecnologia. É muito importante que nós não percamos esta oportunidade”, disse.

Ela ressaltou que internacionalização não é apenas publicação de artigos em periódicos internacionais, co-autoria em artigos científicos com pesquisadores de outras partes do mundo ou mobilidade de estudantes. “Falo de uma conscientização para o mundo. Um mundo mais tolerante, no qual as pessoas consigam conviver com as diferenças. A internacionalização tem muito a contribuir neste aspecto”, afirmou.

Engenheiro agrônomo com mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas e doutorado em Biologia Molecular, o professor Márcio de Castro disse que a internacionalização não deve ser vista como uma atividade-fim, mas como uma atividade-meio nas universidades.

“Ela é atividade-meio para chegarmos na excelência. Muitos dos nossos problemas são globais, envolvem uma articulação global, são questões transversais. E essa integração entre as universidades é muito importante pra que a gente possa atingir nossos grande desafios nesse mundo cada vez mais sem fronteiras”, disse ele, que ministrou a palestra “Importância da Internacionalização para as IES”.

Ele iniciou a palestra falando sobre o desenvolvimento tardio da educação superior no Brasil, devido à colonização portuguesa. Segundo ele, o país só começa a pensar em termos de estruturação do ensino superior a partir da vinda da Família Real Portuguesa, no século XIX. As primeiras instituições superiores criadas no país foram a Faculdade de Direito (1827), o Observatório Nacional (1827), a Escola de Minas de Ouro Preto (1876) e o IAC (1887). Já as Universidades têm seu início no século XX: UFAM (1909), UFPR (1912), UFRJ (1920) e USP (1934).

“A USP cria uma nova filosofia. Primeiro com a dedicação exclusiva dos seus docentes, e também trazendo a pesquisa como um aspecto fundamental na formação. Pois as outras escolas, na verdade, reproduziam conhecimento sobretudo do exterior. Os idealizadores da USP perceberam a importância da incorporação da pesquisa vinculada à atividade de formação. Mas isso foi no século XX, ou seja, muito atrasado em relação a outras partes do mundo, e isso certamente impactou na nossa formação superior e na solução dos nossos problemas”, disse.

Como reflexo do início tardio das universidades, a pós-graduação não só começou muito tarde no Brasil — os primeiros cursos começaram na década de 1970 — como ainda está se expandindo, o que não ocorre em outros países, inclusive na América Latina. Segundo o professor, só este ano a Capes deve avaliar cerca de duas mil propostas de novos cursos de pós-graduação no país.

“A pós-graduação brasileira começa a se estruturar em 1965, na segunda metade do século XX, ou seja, muito tarde, e o reflexo disso é que nós ainda estamos em um processo de expansão da nossa pós-graduação, enquanto praticamente nos outros países do mundo a formação pós-graduada já está consolidada e estabilizada. E a demanda pela formação na pós-graduação ainda se faz presente”, afirmou.

Na parte da manhã, também foram realizadas duas mesas-redondas: “Testes de Idiomas, oportunidades no exterior para financiamento de bolsas e projetos Fulbright British Council” e “Experiências internacionais de estudantes da UENF”. Na parte da tarde, o Workshop realiza reunião presencial, no Auditório do Hospital Veterinário, a partir das 14h.

Veja AQUI a abertura, palestra e mesas-redondas.

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