UENF firma parceria para implantação de Unidade Experimental em Italva

Num movimento para expandir ainda mais suas áreas de atuação no interior do estado, a UENF assinou, na última quinta-feira, 20/02/25, um plano de trabalho que estabelece parceria junto à Prefeitura de Italva para a implantação de uma Unidade Experimental Agropecuária no município, localizado no Noroeste do estado do Rio de Janeiro.

Na ocasião também foram entregues, à prefeitura de Italva, sementes de milho e feijão, que serão as primeiras cultivares — desenvolvidas pela UENF — a serem trabalhadas na nova na unidade experimental. O intuito é que, em breve, a parceria também inclua o cultivo de sementes de maracujá, mandioca e milho de pipoca.

Para marcar o momento da assinatura, a reitora da UENF, Rosana Rodrigues, e o vice-reitor, Fábio Olivares, receberam, entre outros representantes do estado e interior, o secretário de estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes, e o prefeito de Italva, que também é presidente do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf), Léo Pelanca.

— Este é um momento em que assinamos este documento e, mais do que isso, a parceria já inclui um técnico da UENF que será responsável pela implantação desta unidade experimental e ele já vai levando também o material que será utilizado em unidades demonstrativas para os agricultores do município de Italva — explicou a reitora da UENF.

Rosana também destacou que este é um passo muito importante porque todo o sucesso das cultivares começou com o melhoramento delas, feito ao longo do tempo, através de apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

— Ficamos muito felizes de termos aqui a presidente da Faperj e o secretário de estado para que possamos marcar este momento, que é a expansão da universidade. Um desejo antigo no município de Italva — pontuou.

A presidente da Faperj, Caroline Alves da Costa, reforçou a premissa de que interior fortalecido é o estado fortalecido.

— Hoje, de fato, as agências de fomento à pesquisa e à tecnologia e inovação estão voltadas para o desenvolvimento do estado. Para a vocacionalidade, para o desenvolvimento agrícola. E temos o interesse, cada vez mais, de ver o que podemos contribuir para desenvolver o interior. Sabemos muito bem que quando temos o interior fortalecido, temos o estado fortalecido — disse.

Também estiveram presentes na ocasião o presidente da Faetec, Alexandre Valle; secretários de Educação dos municípios de São Francisco de Itabapoana e Italva; o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Francisco de Itabapoana, Enaldo Barreto; o diretor do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA/ UENF) Alexandre Pio Viana; além de corpo técnico da universidade, de municípios envolvidos e o vereador, em Campos, Marquinho Bacellar junto do seu pai Marcos Bacellar.

Funcionamento da Unidade Experimental e cultivares inéditas

Na parceria entre a UENF e a Prefeitura de Italva, a área da Unidade Experimental será disponibilizada pela Prefeitura, assim como a mão de obra em uma coordenação técnica da UENF. A UENF disponibilizará ainda os produtos, tecnologia e pesquisa.

— Entregamos para o prefeito as sementes das cultivares que a UENF desenvolveu já prontas para entrar na unidade. O prefeito liberando a área e recursos humanos, começamos o plantio já este ano. A ideia é fazer inicialmente plantios demonstrativos de variedades que a UENF desenvolveu e já estão no mercado para os produtores. E na sequência levar pesquisa também — explicou o diretor do CCTA.

Ele disse, ainda, que estas cultivares foram todas adaptadas para a região, o que gera um rendimento melhor para o produtor. Além disso, no caso do maracujá, os pesquisadores estão testando uma nova cultivar resistente a um vírus.

— Hoje não se planta maracujá por causa deste vírus que ataca a planta. Se esta cultivar tiver um desempenho satisfatório, já no próximo ano podemos produzir uma semente que levará ao produtor um material sem o ataque da praga, uma coisa inédita e um produto muito importante para a região — pontuou.

Sobre ter uma unidade de apoio à pesquisa, em Italva — além da unidade de Itaocara, as internas e da Escola Agrícola Antônio Sarlo — o diretor do CCTA explicou:

— Para o melhoramento que fazemos, por exemplo, com o milho, temos que ter um campo de teste a mais. A gente testa o milho novo em Campos, aqui na Escola Agrícola e em Itaocara. Tendo unidade em Italva, temos mais uma unidade de teste. Para nós é muito salutar, na parte de melhoramento genético, que tenha mais um lugar para testar materiais novos. Num primeiro momento divulgando material que já temos, num segundo momento, outras pesquisas na área de fitotecnia e melhoramento genético — concluiu.

Unidade importante para o desenvolvimento do interior

O prefeito de Italva, Léo Pelanca, reforçou a importância da unidade para o desenvolvimento do estado e interior.

— A gente precisa cada vez mais valorizar o nosso interior Norte e Noroeste Fluminense. Especificamente o Noroeste Fluminense depende muito do poder do Estado, da Faperj, da Faetec, da ciência e tecnologia, da agricultura. O Noroeste Fluminense tem suas dificuldades e cada vez mais precisamos de ciência, tecnologia, de apoio para que possamos nos desenvolver — disse.

Satisfeito com os resultados que a UENF vem apresentando, o secretário de estado de Ciência e Tecnologia e Inovação explicou a sistematização dos recursos que são disponibilizados para a pesquisa, através da Faperj.

— A Faperj hoje vive de 2% da receita corrente pública do estado. Se o estado estiver forte, a Faperj vai ficar forte. O que a gente precisa é que, desenvolvendo-se um produto, possamos fazer com que o estado arrecade mais, e o estado arrecadando mais, a Faperj vai ter mais recurso para investimento — disse.

(Jornalistas: Thábata Ferreira e Wesley Barbosa / Fotos: Cassiane Falcão – ASCOM UENF)

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