Do pioneirismo nas ações afirmativas à resistência por meio da ciência e da arte

A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) foi uma das pioneiras no Brasil ao implantar, em 2003, a política de ações afirmativas no ensino superior, junto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
A UENF constituiu-se então como vanguarda para o ingresso de pessoas pretas e pardas na universidade, bem como estudantes de escolas públicas, de baixa renda, pessoas com deficiência, e filhos de militares mortos em serviço.
O Censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), finalizado em 2023, apontou que mais da metade (56,1%) dos brasileiros são pretos ou pardos. O Brasil, portanto, tem a segunda maior população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.
Desde 2023 o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, tornou-se feriado nacional em todo o país pela primeira vez, após sanção presidencial.
Com novembro marcando o Mês da Consciência Negra, a UENF preparou uma série de programações para rememorar Zumbi dos Palmares e todos que lutaram para a libertação das pessoas escravizadas, como o campista José do Patrocínio, nominado “O Tigre da Abolição”, e também as pessoas que ainda lutam contra o racismo enraizado na sociedade brasileira, com histórico de escravidão.

A abertura da programação do Novembro Negro da UENF iniciará com a Feira de Ciências temática do Mês da Consciência Negra, que será realizada na quarta-feira, 12/11/25, de 9h às 16h, no Centro de Convenções. De acordo com a pró-reitora de Extensão da UENF, Deborah Guerra Barroso, as feiras de ciências são os espaços em que a UENF recebe o público externo, com uma exposição dialógica do que é realizado na Universidade, nas diferentes áreas do conhecimento.

Também na quarta-feira, 12/11/25, de 11h às 17h, será realizada no auditório do P4, a Agenda Pública da Comissão Interinstitucional para Políticas Afirmativas para Povos Indígenas e Quilombolas. No evento serão apresentados os resultados da sistematização das propostas construídas no 1º Fórum de Educação Superior para Povos Indígenas e Quilombolas, realizado em agosto na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Ainda na quarta-feira, 12/11/25, às 17h, no Centro de Convenções, será aberta a Exposição “Diálogos Negros”, organizada pelo Coletivo Negro da UENF. A exposição terá a participação de artistas de Campos dos Goytacazes-RJ, de outros municípios do Rio de Janeiro, e de outros estados, como Espírito Santo e São Paulo.
Segundo a graduanda em Ciências Sociais na UENF, integrante do Coletivo Negro UENF e curadora da exposição, Maria Luísa da Hora, o objetivo desta exposição é iniciar dentro da UENF, a Universidade do Terceiro Milênio de Darcy Ribeiro, o debate de um afrofuturismo por meio da experiência estética e confabular os vários futuros possíveis a partir da arte.
– Esta exposição foi pensada para iniciar uma reflexão sobre as múltiplas possibilidades de representação e expressão da negritude através da arte, entendendo que esses artistas negros tem uma potencialidade gigante e multifacetada – afirmou Maria Luísa.

Encerrando a programação do Novembro Negro da UENF, na quinta-feira, 13/11/25, às 18h, o projeto Elevador Social realiza no Centro de Convenções o evento Afroprotagonismo, com a participação de lideranças, representantes de instituições, empresas e a sociedade civil. A programação completa e as inscrições limitadas estão disponíveis no link a seguir: https://www.instagram.com/elevadorsocial_/
Jornalista: Wesley Machado / Ascom UENF



