O Transtorno de Acumulação de Animais vem se tornando, nos últimos tempos, um problema de saúde pública. Para debater o assunto, será realizada uma live pelo Facebook da UENF (https://www.facebook.com/uenfoficial) nesta terça-feira, 15/12/20, a partir das 19h, com a participação da diretora do Hospital Veterinário da UENF, professora Helena Hokamura, e da psicóloga Sueli Cândida Maciel, do Núcleo de Vistoria Zoosanitária da Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ) de São Paulo.
Segundo Helena, esta é a primeira de uma série de palestras que serão realizadas no ano de 2021 sobre o tema abandono de animais e suas consequências ao meio ambiente e à saúde pública. Organizada por Helena e pelos bolsistas dos projetos de extensão “Controle populacional de gatos errantes do campus Leonel Brizola” e “Controle populacional de cães e gatos no entorno do Parque Estadual Da Lagoa do Açu”, a live tem por objetivo chamar a atenção para este transtorno, recentemente enquadrado no Código Internacional de Doenças.
Helena conta que a ideia de debater o tema surgiu da constatação de que, no atendimento do Hospital Veterinário da UENF, é recorrente encontrar pessoas com este perfil. O Transtorno de Acumulação de Animais caracteriza-se pelo acúmulo de animais e dificuldade em proporcionar-lhes uma vida saudável, com espaço, alimentação e cuidados higiênicos adequados. O acumulador também tem dificuldade em desfazer-se dos animais.
“Na nossa região, assim como em todas as outras cidades, há uma quantidade bastante considerável de pessoas que estão em condição de acumulação. É um transtorno psicológico, muitas vezes de fundo emocional, em que o indivíduo, após um processo de perda ou um trauma psicológico, começa a transferir a afetividade através dos animais”, explica Helena.
A live é destinada principalmente aos profissionais de saúde do município, especialmente àqueles que atuam na área de saúde mental. “Trata-se de um transtorno de cuidado multidisciplinar. Então, só o veterinário não resolve o problema. A gente precisa dos agentes da saúde, principalmente dos profissionais da área de saúde mental, para que essas pessoas possam ser tratadas, acompanhadas, acolhidas e ouvidas, porque, na maioria das vezes, são pessoas extremamente arredias e que não aceitam muito a intervenção de outras pessoas, se escondem e, por vezes, têm vergonha da própria condição”, explica a professora.