Nesta sexta-feira (08/03/2024), Dia Internacional da Mulher, a UENF realizou a Mesa “Meninas e Mulheres na Ciência” no Auditório VI do Centro de Convenções Oscar Niemeyer na UENF. A mesa foi mediada pela professora Clicia Grativol, assessora da Pró-Reitoria de Graduação, e teve a participação das professoras Maria Priscila Castro (Laboratório de Ciências Físicas) e Clevi Rapkiewicz (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), além da estudante Ana Carolina Rangel.
A professora Clevi Rapkiewicz destacou a questão da equidade de gênero.
— Quero que as mulheres sejam maioria. O mundo seria muito melhor se as mulheres estivessem em mais postos de decisão — afirmou Clevi, que foi professora do Laboratório de Engenharia de Produção (LEPROD) da UENF de 1999 a 2008 e atualmente é professora colaboradora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).
Maria Priscila Castro apresentou os resultados do projeto Arduínas, coordenado por ela.
— O projeto Arduínas incentiva meninas em idade escolar a ingressarem nas áreas de exatas e da terra. Que tenhamos mais mulheres na Ciência, no mercado de trabalho e ganhando bem — disse Maria Priscila, que é professora do Laboratório de Ciências Físicas (LCFIS) da UENF.
Ana Carolina Rangel comentou a importância da UENF para a trajetória dela.
— A UENF está presente na minha trajetória desde o início na iniciação científica. Agora fui conectada na Assessoria de Assuntos Internacionais e Institucionais (ASSAII) da UENF. Quero incentivar a jovens meninas como eu para que elas saibam que é possível fazer doutorado, ser uma liderança — falou Ana Carolina.
Clicia Grativol reforçou a luta das mulheres pela equidade.
— Esta é uma luta de longa data, que cada uma constrói um pouco. Cada passo que a gente dá a gente fica mais perto de conseguir — ressaltou Clicia, que foi pró-reitora de Assuntos Comunitários da UENF.
O vice-reitor Fábio Olivares, que representou a reitora Rosana Rodrigues, citou uma frase de Margarete Kubelka, mãe da engenheira agrônoma indicada ao Prêmio Nobel de Química de 1997, Johanna Döbereiner, que disse para a filha que objetivo da mulher não deveria ser só encontrar um marido, mas sim fazer o que pudesse se orgulhar de ter realizado.
— Johanna foi uma das pioneiras que lutaram bravamente para buscar a posição de igualdade. Existem muitas iniciativas, oportunidades para as mulheres, mas não uma ocupação efetiva de fato. Existe um abismo no Brasil nesta questão de gênero — afirmou o vice-reitor.
Ao final da mesa, a professora russa Lioudmila Aleksandrovna Matlakhova, do Laboratório de Materiais Avançados da UENF (LAMAV), foi homenageada.
— Minhas avós eram donas de casa e cuidavam da educação dos filhos. Minha mãe teve uma vida sofrida, mas se tornou uma pessoa reconhecida, foi economista da área de indústria química. O que eu tenho a dizer para as mulheres é que sejam felizes — declarou Lioudmila, que concluiu em 1983 o Doutorado em Ciência de Materiais Metálicos e Tratamentos Térmicos pelo Instituto de Metalurgia de A A Baikov (IMET) da Academia de Ciências da antiga URSS, atual Rússia.