Abertura do Curso de Formação para atuar em Bancas de Heteroidentificação da UENF  

Curso recebe quase o dobro de pré-inscritos em menos de uma semana

Na última quinta-feira, 22/09/22, ocorreu a cerimônia de abertura do Curso de “Formação para atuar em Comissões de Heteroidentificação: Fundamentos Conceituais e Metodológicos” no Centro de Convenções da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). 

O curso está sendo organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) com o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PROAC). Faz parte do processo de implementação das bancas de heteroidentificação na UENF.  

Participaram da mesa de abertura o reitor da UENF, Raul Ernesto Palacio; a pró-reitora de Assuntos Comunitários, Clícia Grativol Gaspar de Matos; o diretor do Centro de Ciências do Homem (CCH), Rodrigo da Costa Caetano; a representante do Serviço Social da UENF, Rossana Florencio Machado Ribeiro; o diretor da Secretaria Acadêmica, Gustavo Luna Louvem; e a coordenadora do NEABI/UENF, Maria Clareth Gonçalves Reis. 

Após a mesa de abertura, foram recebidos os conferencistas Adilson Pereira dos Santos (pró-reitor adjunto de graduação da Universidade Federal de Ouro Preto) e Vitor Maurício dos Santos Matos (membro da Câmara de Políticas Raciais e das Comissões de Heteroidentificação da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Durante a fala dos conferencistas, algumas questões foram exploradas, dentre elas: Por que necessitamos de ações afirmativas no ensino superior? Como comprovar a condição de sujeitos de direitos? A autodeclaração é suficiente para determinar quem é negro/a no Brasil? Qual a concepção de raça na auto e na heteroidentificação? Qual critério se utiliza na heteroidentificação? Abordaram ainda sobre os métodos oficiais de classificação racial no Brasil. 

Os temas discutidos pelos conferencistas estão sendo aprofundados no decorrer do curso. Na sexta-feira, 23/09/22, no Módulo I do curso, a UENF recebeu os pesquisadores e professores Jacques d’Adesky (copresidente do Centro Internacional Joseph Ki-Zerbo para a África e sua Diáspora) e Jorge de Assis (membro do NEABI/UENF e Gerente de Promoção e Defesa da Igualdade Racial, Direitos Humanos e Cidadania – SIRDH – Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes). Neste módulo, foram discutidos os conceitos básicos para a compreensão das relações étnico-raciais no Brasil, por Jacques d’Adesky, e a definição de injúria racial e racismo no âmbito jurídico, por Jorge de Assis. 

No módulo II, realizado na tarde de sábado, 24/09/22, estiveram presentes Luciana Alves (pró-reitora Adjunta de Assuntos Estudantis na Unifesp) para falar sobre o tema Branquitude e o Significado de Ser Branco no Brasil e Rolf Malungo de Souza (antropólogo e professor da UFF), que ampliou o debate iniciado na abertura do evento, aprofundando um pouco mais a importância das bancas de heteroidentificação étnico-racial, como garantia e preservação de direitos. 

Na avaliação da comissão organizadora, os cursistas têm demonstrado bastante interesse pelo tema, tendo em vista a consistência massiva na participação do curso do início ao fim dos módulos. Foram ofertadas 100 (cem) vagas, devido ao limite da plataforma google meet. Em apenas uma semana de inscrição, foram recebidas aproximadamente 200 inscrições de pessoas interessadas pelo curso.  

Contudo, a única preocupação do NEABI é em relação à participação de técnicos e docentes da UENF neste processo de formação, pois as 25 vagas destinadas a cada categoria não foram preenchidas, sendo as vagas remanescentes destinadas igualmente para estudantes da UENF e Sociedade Civil/Movimentos Sociais, que foram as categorias com maior procura. A preocupação diz respeito ao fato de as bancas serem compostas por uma diversidade de gênero, raça e vínculo institucional, tendo a necessidade de participação de técnicos e docentes, que compreende grupo permanente da instituição. 

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