Arte em foco: Programa de Formação de Agentes Multiplicadores segue nesta quinta

Uma provocação das artes, em especial das artes visuais, para pensar as relações étnico-raciais e de gênero. Esse foi um dos temas abordados no encontro da última quarta-feira, 10/09/25, primeiro dia do Programa de Formação de Agentes Multiplicadores — que acontece no Centro de Convenções Oscar Niemeyer, na UENF. Realizado através do Instituto Arte na Escola e do Polo Arte na Escola da UENF, o evento, na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), teve as expectativas superadas em número de inscritos. As atividades seguem nesta quinta-feira, 11/09/25, a partir das 13h.

Na última quarta-feira, os participantes puderam contar com rica programação que englobou a Formação do tema “Territórios e a criação de contra-narrativas através da Arte-Educação” com a facilitadora Renata Sampaio. Renata é artista multidisciplinar, educadora e curadora, que foi gerente de Educação do MAM Rio.

No mesmo dia, o evento ainda levou a possibilidade de uma troca com Viviane Viana, professora e pesquisadora em Artes Visuais, doutoranda em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que falou sobre “Provocações da arte para pensar as relações étnico-raciais e de gêneros”.

As atividades dentro do Programa de Formação de Agentes Multiplicadores do Polo Arte na Escola são direcionadas a toda a comunidade acadêmica, educadores, artistas, estudantes e o público em geral.

A Arte e a importância de olhar para as ausências

Propondo um panorama geral a respeito do tema “Provocações da arte para pensar as relações étnico-raciais e de gêneros”, a professora Viviane Viana compartilhou uma visão política e social para situar o público a respeito das primeiras referências dentro da História da Arte, que ela classifica como “não estática” — muda através do tempo e história e orienta as formas de ver o mundo e de estar no mundo.

— Muitas vezes, na nossa formação inicial de Arte, as primeiras referências são a cultura greco-romana, a antiguidade clássica, a arte européia nos grandes compêndios de história da arte. Uma arte produzida por homens, brancos e europeus — pontuou.

A professora ponderou que essa realidade leva a um risco, como a escritora Chimamanda disse: que é o perigo da ‘história única’, como se existisse uma narrativa, que vira ‘A Narrativa’.

— Desta forma, a gente vai ignorando o que é a História da Arte, da Pré-História à Arte moderna. Então a gente pega Europa e define como história da humanidade, ignorando Ásia, povos originários, das Américas, impérios e reinos inteiros africanos e conta essa história como se fosse a única. Sendo que, na verdade, não é só daí que a gente acaba formando nossas referências — disse.

Viviane também falou, antes de apresentar referências diversas de artistas na arte visual, que ‘olhar as ausências é muito importante’.

— Olhar para o que foi ocultado não significa que não existiu, mas justamente perceber que foi ocultado, que a gente não está olhando para várias outras coisas que podem nos informar — considerou a professora.

Confira a programação desta quinta-feira dentro do Programa de Formação de Agentes Multiplicadores:

Dia 11/09 (quinta-feira)

13h – 14h | Credenciamento e acolhida
14h – 17h | Oficina (vagas limitadas)
“Pelas mãos das mulheres do Sul Global: o reencantamento dos salões”
Facilitadora: Marcela Cantuária

18h – 19h | 2º Credenciamento + Coffee break (recepção noturna)
19h – 19h30 | Apresentação cultural
19h30 – 21h | Palestra II
“Cartografias das Escutas: habitar e mediar as sonicidades dos lugares”
Palestrante: Antonilde Rosa

O Programa de Formação de Agentes Multiplicadores tem a realização do Ministério da Cultura, por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), e do Instituto Arte na Escola através da Rede Arte na Escola, com patrocínio da Volkswagen Caminhões e Ônibus, BIC, copatrocínio da Pragma e Bradesco, e apoio da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

O Instituto Arte na Escola, responsável pela realização do programa em parceria com universidades de todo o país, já capacitou mais de 10 mil professores e impactou cerca de 50 milhões de pessoas em suas ações formativas.

O Polo Arte na Escola – UENF funciona na Casa de Cultura Villa Maria, na rua Baronesa da Lagoa Dourada, em Campos dos Goytacazes(RJ).

(Jornalista: Thábata Ferreira – Fotos: Clara Freitas)

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