Há 13 anos sem reajuste, os bolsistas da Fundação Cecierj — que incluem tutores e coordenadores do Consórcio Cederj — receberam um reajuste de 40%. O anúncio foi feito pelo governador do Estado, Cláudio Castro, na última quarta-feira, 13/12/23, após intensa mobilização dos reitores das Universidades que participam do Cederj.
— Os tutores do Cederj foram a única categoria que não recebeu correção das bolsas nos últimos 13 anos. Era necessário e justo a gente poder atender a essa categoria que tanto faz pela formação dos nossos estudantes do sistema Cederj — disse o reitor da UENF, Raul Palacio.
A professora Marílvia Dansa de Alencar, assessora EaD da Pró-Reitoria de Graduação da UENF (PROGRAD) e coordenadora geral Universidade Aberta do Brasil (UAB), explicou que o sistema recebe aporte financeiro de duas fontes pagadoras: bolsas Cederj pagas pelo governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Fundação Cecierj, e bolsas UAB pagas pelo governo federal, por meio da Capes.
— Em fevereiro de 2023, o governo federal concedeu um reajuste de 40% às bolsas da UAB/Capes. Isso gerou uma situação problemática, pois os valores das bolsas Cederj não foram alterados. Começamos uma mobilização para que o governo do estado concedesse a equiparação das bolsas Cederj, de forma a não termos essa discrepância que leva a uma situação em que dois profissionais, com as mesmas atribuições, recebem bolsas com valores muito diferentes. Infelizmente isso aconteceu durante todo o ano de 2023 — disse.
Segundo Marílvia, desde 2010, quando foi publicada a lei que autoriza a concessão de bolsas a participantes dos programas da Fundação Cecierj — incluindo as bolsas de tutores coordenadores do Consórcio Cederj — nenhum reajuste foi concedido. Em junho, os reitores das instituições públicas de ensino superior do estado se reuniram e resolveram criar um grupo de trabalho (GT). Cada instituição indicou um representante e o GT ficou responsável por articular uma solução para a crise e fazer a mediação das instituições consorciadas com a fundação Cecierj, assim como equacionar esta e outras questões importantes no âmbito do Consórcio Cederj.
— Ao longo do último semestre, os reitores e o GT trabalharam arduamente para que o reajuste fosse possível. Isso não resolve todos os problemas, mas é uma ótima notícia. Alguns nomes precisam ser mencionados, como a deputada Elika Takimoto, o reitor da UENF, professor Raul Palácio; o reitor da UFRRJ e presidente da Fliperj, professor Roberto de Souza Rodrigues; e o professor Carlos Bielschowsky, que foram decisivos nas articulações que levaram ao reajuste anunciado pelo governador. Estamos muito contentes, mas sabemos que ainda há muito trabalho pela frente para colocar o Consórcio Cederj novamente nos trilhos — afirmou.
Segundo o Governo do Estado, serão beneficiados com o reajuste 3.808 profissionais. Atualmente, a Fundação Cecierj conta com 3.808 bolsistas, sendo 2.399 tutores e 990 coordenadores do Consórcio Cederj. Os outros bolsistas beneficiados trabalham nos projetos da instituição, como pré-vestibular, rede CEJA e divulgação científica.
— Infelizmente a gente não conseguiu antes. O compromisso é que acontecesse há dois meses, mas parabenizamos a todos os envolvidos. Os reitores de todas as universidades tivemos uma participação fundamental no convencimento do governador e poder público do RJ sobre a necessidade desse aumento. Receber essa boa notícia nesse momento é realmente muito alentador e me dá muita esperança em relação a 2024, que a gente possa ter um sistema Cederj bem mais forte e comprometido e atendendo muito bem aos estudantes — disse o reitor da UENF, lembrando que ainda faltam outros benefícios a serem alcançados para os tutores do Cederj.
O Consórcio Cederj foi criado em 2000 com a finalidade de democratizar o acesso ao Ensino Superior público, gratuito e de qualidade na modalidade Educação a Distância (EaD). A UENF participa do Consórcio oferecendo os seguintes cursos na modalidade EaD: Ciências Biológicas/Licenciatura, Pedagogia/Licenciatura, Química/Licenciatura e Engenharia Meteorológica.