Ciência ao alcance de todos

Feira de Ciências da UENF com projeto inclusivo e espaço para crianças

Como saber como os cegos sentem? Não é tão simples, mas um projeto de extensão da UENF simula a dificuldade de um cego. Um experimento do projeto de extensão BaseMat+ faz com que as pessoas sintam-se como cegos por um instante. No experimento, a pessoa tem os olhos vendados com um óculos de mergulho totalmente vedado e passa a tatear superfícies e objetos. A pessoa tem de descobrir, em níveis fácil e difícil, as figuras geométricas pelo tato. E, no caso das superfícies, como se fossem impressas em braille.

O BaseMat+ foi um dos projetos apresentados na Feira de Ciências realizada nesta terça-feira (11) no Centro de Convenções da UENF. O projeto faz parte do programa Matemática ao alcance de todos, coordenado pelo professor Oscar Alfredo Paz La Torre.

— No Matemática ao alcance de todos já tínhamos o Basemat. Em uma Feira de Matemática uma pessoa perguntou se o projeto teria atividades inclusivas. Aí que surge o BaseMat+, seguindo os mesmos princípios da Matemática ao alcance de todos, mas em um sentido mais amplo, de educação especial, para deficientes visuais, deficientes auditivos e alunos de política afirmativa. São pessoas que sentem muitas dificuldades e o nosso objetivo é tentar minimizar essas dificuldades — afirmou Oscar.

O calouro de Ciência da Computação Marcos Vinícius Lustosa, em seu segundo dia de UENF, visitou a Feira de Ciências e se impressionou com o experimento do Basemat+.

— Achei muito interessante. Me senti como um cego. Tive que me ligar pelos pontos. Deve ser difícil de aprender do zero, mentalizar. Para mim é mais fácil. Eu já conheço a imagem, dá para saber que todos os lados são iguais, por exemplo — disse Marcos Vinícius.

A professora da UENF Annabell D.R. Tamariz destacou que um dos objetivos é levar o projeto Basemat+ para as escolas de Ensino Médio. 

— No Basemat+ o cérebro ativa outra região. O projeto se utiliza de ferramentas para ensinar conceitos a partir de outros sentidos, como o tato, para que seja igual para todos — explicou Annabell.

O Basemat conta com jogos de dominó e baralho com operações básicas de Matemática. O Basemat e o Basemat+ foram premiados na Mostra de Extensão 2024. Como prêmio, dois alunos ganharam uma visita ao Museu da Fiocruz.

“52% das espécies conhecidas são de insetos e 1/3 destes são besouros”,

informou estudante de Ciências Biológicas, João Pedro Almeida Caetano

No Museu Itinerante de Entomologia e Arte, onde insetos podiam ser vistos por uma lupa, o estudante de Ciências Biológicas, João Pedro Almeida Caetano, apresentou os besouros e informou que 52% das espécies conhecidas são de insetos e 1/3 destes são besouros.

— Os besouros tiveram uma radiação evolutiva muito grande. Eles se adaptaram a todo nicho, todo ambiente. Dificilmente você vai achar um lugar que não vai encontrar um besouro — ressaltou João Pedro.

Outro fato que chamou atenção na Feira de Ciências da UENF nesta terça-feira foi o casal Gabriel Amaral e Gleice Ferreira, que levou a filha de poucos anos de idade para sua terceira feira de ciências.

Egresso do curso de Ciências Biológicas e bolsista do Projeto Xiloteca, Gabriel contou que leva a filha a vários ambientes da UENF, inclusive laboratórios.

Gleice comentou que gostaria que a filha se interessasse pelo estudo em geral e pela ciência.

— Sempre que podemos nós a levamos para visitar laboratórios. E aqui na Feira de ciências tem de tudo. Nosso foco é o estudo. Que ela cresça, evolua — considerou Gleice.

(Jornalista: Wesley Machado / Fotos: Cassiane Falcão / Ascom UENF)

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