A influência do ideário racista na transferência da capital federal para Brasília foi um dos aspectos abordados durante o debate realizado na noite de ontem, 19/06/24, na Casa de Cultura Villa Maria, após a exibição do filme “Rio, Negro”, que tem como um dos diretores Fernando Sousa, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política do Centro de Ciências do Homem da UENF (CCH).
Além de Fernando Sousa, o debate teve a participação de Gabriel Barbosa — com quem Fernando divide a direção do filme —, do professor Roberto Dutra (CCH/UENF) e do jornalista Aluysio Barbosa. A mediação ficou a cargo do estudante de cinema da UFF Gabriel Belchior. O evento, que marcou o Dia do Cinema Brasileiro, reuniu, em sua maioria, estudantes e professores da UENF.
— Apesar de toda a contribuição para a formação da cidade, ao longo da nossa história essa mesma população negra foi perseguida, criminalizada e considerada como uma ameaça ao poder constituído, especialmente na transição para o período republicano — disse Fernando.
“Rio, Negro” estreou em março de 2023 nos cinemas, tendo sido selecionado recentemente para o Dubai Festival 2023 e sendo exibido em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Palmas, Balneário Camboriú, Porto Alegre, entre outras. Também integrou a seleção oficial do Dubai Festival 2023, e concorreu ao prêmio de Melhor Documentário sobre a Diáspora no 19th African Movie Academy Awards, maior premiação do cinema africano.
A história é contada por meio de depoimentos de importantes ativistas do movimento negro, artistas, arquitetos e outros pensadores da cidade, tais como o ator Haroldo Costa, o escritor Luiz Antonio Simas, a vereadora Tainá de Paula, o carnavalesco Leandro Vieira, o ritmista Eryck Quirino, a atriz Juliana França, a ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum, a historiadora Ynaê Lopes, os pesquisadores Christian Lynch, Nielson Bezerra e Eduardo Possidonio, entre outros.
O evento teve a promoção da Diretoria de Cultura da UENF, Casa de Cultura Villa Maria, Cine Darcy UENF e Quiprocó Filmes.