
A estudante de Ciência da Computação da UENF, Binha Dauma, lançou no final do mês de outubro, durante a 9ª Semana de Servidor da UENF, o ebook “IA Generativa e o Setor Público: Um Guia Prático do Uso de Inteligência Artificial Generativa no Setor Público”.
Segundo a autora, o objetivo do ebook é ajudar no ensino prático e no uso de ferramentas de inteligência artificial generativa no ambiente de trabalho, inicialmente focado para o servidor público.

— Depois pode se expandir para outros setores como acadêmico e até privado. A ideia é sair da teoria e mostrar como os profissionais podem usar as ferramentas de inteligência generativa de forma eficiente por meio da engenharia de prompt, que são as técnicas de pesquisar, consultar e gerar insights nessas ferramentas como Chat-GPT, Gemini e Perplexity — informou Binha.
A estudante afirmou que no seu contato com cursos, palestras e eventos de inteligência artificial generativa, desde o boom de 2022 com o Chat-GPT, viu que o que era passado era quase sempre muito teórico e pouco traduzível para a realidade prática dos profissionais.
— Para um letramento digital e inserção profissional na 4ª revolução, a revolução da inteligência artificial e robótica, é necessário tornar os conhecimento práticos e aplicáveis ao mercado de trabalho, adaptando os profissionais aos novos postos de trabalhos ou ao novo modo de trabalho, impedindo assim o desemprego e a redução de mão de obra humana por máquinas. A ideia é entender e aplicar a inteligência artificial para que seja uma parceira na nova realidade social e do mercado de trabalho — explicou.
Binha, que trabalha na Gerência de Compras, a GCOM/UENF, contou que o uso de IA generativa no seu setor de serviço surgiu por iniciativa da equipe e por incentivo da analista de compras, Katia Menezes.
— Foi adquirido o software Sollicita, que é um acervo de informações técnicas de licitações e contratos públicos, que faz uso de uma interface de inteligência artificial, o que em computação chamamos de API, para que o usuário possa interagir com o banco de dados e ter suas solicitações respondidas. O emprego dessa ferramenta com aplicações de inteligência artificial generativa demonstra mais uma vez o esforço da GCOM como setor e da UENF como entidade administrativa de se manter na vanguarda do conhecimento tecnológico do nosso tempo — destacou.
A estudante enumera as muitas soluções que a IA está trazendo para problemas antes dificeis, como predição precoce de doenças, desenvolvimento de medicamentos e vacinas como a da COVID-19, aumento de produção agrícola, desenvolvimento de serviços como os de aplicativos e soluções em operalização de indústrias.
— Tudo isso de fato não é um problema. A IA não trará desemprego em massa por si só. Com os mecanismos institucionais corretos e reinserção educacional, novas profissões irão surgir e outras terão que se readaptar. O problema real é mais de cunho socioeconômico. O grande problema é que o conhecimento dessas ferramentas está retido nas mãos de poucas empresas, governos e instituições de ensino. Isso faz com que esse conhecimento seja capitalizado e utilizado a favor de poucos. As medidas que devem ser tomadas são a receita de sucesso para qualquer nação ou instituição, não apenas consumir tecnologia, mas produzi-lá por meio de pesquisa e ciência — ressaltou a estudante.
Segundo Binha, as instituições de ensino devem preparar profissionais e cidadãos para o novo milênio com pensamento crítico de suas informações digitais, atuando também como educadores para uma sociedade cada vez mais tecnocrática, em que grandes empresas de tecnologia se unem a governos e tomam decisões.
— Instituições educacionais como a UENF podem ter um papel decisivo, desenvolvendo educação de ponta na área de tecnologia por meio do nosso curso de Ciência da Computação e pesquisa e formação através dos mais diversos programas em áreas como Biotecnologia (Biologia), Engenharia de Soluções (Engenharia de Produção), Computação Quântica (Computação e Física) e Sistemas Inteligentes (Cognição, Comportamento e Computação), áreas pioneiras do uso de inteligência artificial — declarou a estudante.
Por fim, Binha ponderou sobre o processo de transição que a sociedade está vivendo entre várias gerações no mundo tecnológico.
— Temos que pensar em adaptação, mas uma adaptação socialmente justa, e na redistribuição do conhecimento e criação tecnológicos. Em computação, aplicações e iniciativas tecnológicas com cárater equitário chamamos de “softwares livres”, e existe uma grande comunidade trabalhando para uma sociedade tecnologicamente mais justa e acessível — finalizou Binha.
O ebook está disponível no link a seguir: https://drive.google.com/file/d/16HN4z_bAQJJYcFyFw-WQm-8qx2aQfSOw/view?usp=sharing
(Jornalista: Wesley Machado – Fotos: Cassiane Falcão / ASCOM UENF)



