Com uma palestra do professor Ewerton Helder Bentes De Castro, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), foi aberto na manhã desta quarta-feira, 06/11/24, no Centro de Convenções da UENF, o II Congresso de Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência do Norte e Noroeste Fluminense. O evento, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem do Centro de Ciências do Homem da UENF (CCH) e pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência da Universidade Federal Fluminense (UFF), tem como tema central “Ciências e Humanidades: Interdisciplinaridade e Perspectivas em Diálogo” e se estende até esta quinta, 07/11/24.
O coordenador geral e idealizador do Congresso, professor Crisóstomo Lima do Nascimento (UENF/UFF), deu as boas vindas aos cerca de 500 participantes, que lotaram o anfiteatro do Centro de Convenções. Segundo afirmou, o evento, iniciado em 2018, cresce a cada ano. Nesta edição, o Congresso conta com representantes de todos os estados do País.
— Isso nos enche de muita alegria e orgulho. Entendemos que é função social fundamental da universidade, principalmente a universidade pública, é não só desenvolver conhecimentos, pesquisas, mas também compartilhar ideias, de modo que possamos contribuir com as principais questões sociais do nosso tempo — afirmou.
Em sua palestra, o professor Ewerton falou de sua trajetória no âmbito da Fenomenologia e demonstrou preocupação com o ensino de graduação em Psicologia, o qual muitas vezes aborda conceitos tão herméticos que os alunos não conseguem compreender.
— A Fenomenologia é o que nos permite mergulhar na história do outro. É o que eu chamo de mergulho existencial. É você estar aberto, estar caminhando com esse outro — disse.
Ele contou que criou um plantão psicológico nas escolas de Manaus, sob o viés da Fenomenologia, do qual participaram 215 graduandos de Psicologia, num total de 30 escolas e mais de 3.600 alunos, dos quais 864 adolescentes. Um dado identificado foi a presença frequente de autolesão entre os adolescentes atendidos. Segundo afirmou, a Fenomenologia é fundamental no tratamento desses casos, uma vez que permite ir além da prática da autolesão em si, entendendo todo o contexto que está por trás.
O professor citou o caso de uma menina de 12 anos que se cortava e que, trabalhando com uma abordagem fenomenológica, ele conseguiu extrair a verdadeira causa daquele gesto — a violência doméstica praticada pelo padastro, que a violentava. O atendimento redundou na prisão imediata do criminoso. Segundo ele, o plantão psicológico conseguiu afastar 12 homens da vida de meninas e meninos que estavam sendo sexualmente abusados.
— A Fenomenologia permite que você interaja com o outro de tal forma que ele se percebe inteiramente acolhido, escutado e cuidado. São esses os três aspectos que norteiam, ao meu ver, a clínica de inspiração fenomenológica — disse.
Após a palestra de abertura, foi realizada mesa-redonda com a participação dos professores Adriano Furtado Holanda (UFPR), Crisóstomo Lima Do Nascimento (UFF / UENF) e Ileno Izídio Da Costa (UNB).
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(Jornalista: Fúlvia D’Alessandri)