Mostra de Extensão debate economia solidária nesta quarta

“Economia solidária na pandemia: o sucesso de Maricá”. Este é o tema da mesa-redonda que será realizada na tarde desta terça-feira, 21/ 10/20, no âmbito da XII Mostra de Extensão IFF-UFF-UENF e IV UFRRJ, aberta na última terça-feira. A mesa-redonda, marcada para as 14h, terá como participantes a secretária de Educação do município de Maricá, Adriana Luiza Costa; o coordenador geral do Instituto Palmas e da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, Joaquim Melo; e o pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UENF, Olney Motta. Em virtude da pandemia do coronavírus, todos os eventos estão sendo realizados através do canal do Youtube UENF TV.

Rodas de samba – Na manhã desta quarta, foi realizada a palestra “Economia criativa do samba”, com o coordenador de Economia Solidária da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação da cidade do Rio de Janeiro, João Grand. Também participaram da palestra a professora Elisabeth Rocha (recém-doutora UENF do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagemm) e a professora Priscila Castro, assessora de Cultura da UENF,que atuou como moderadora.

Em sua explanação, ele falou sobre a pesquisa de sua autoria que ajudou na construção coletiva da Rede Carioca de Rodas de Samba, programa coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro que incentiva a “realização, integração e constância de Rodas de Samba e a realização de feiras públicas culturais, para a comercialização de material oriundo de trabalho artístico pertinente ao samba”.

Ele disse que, para iniciar o trabalho, foi preciso antes de tudo entender as características socioterritoriais do samba na cidade do Rio de Janeiro. “Essa experiência não pode ser transplantada de imediato para outras cidades. Qualquer ação nesse sentido precisa conhecer as peculiaridades locais. Do ponto de vista do Rio, importa dizer que a cidade respira samba o tempo todo. Encontramos rodas de samba funcionando todo dia da semana. A cultura do samba está muito enraizada em todas as áreas”, afirmou.

Segundo Grand, a pesquisa teve como direcionador o Dossiê das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro, proposto pelo Centro Cultural Cartola, Iphan/Minc e Fundação Cultural Palmares, que foi o responsável pela titulação das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil. “Muitos sambistas nem conheciam este documento. Fizemos vários debates e disseminamos muita informação entre eles”, disse.

Lei Aldir Blanc – Na tarde da última terça-feira, a secretária de Cultura do Pará, Úrsula Vidal, ministrou a palestra “Extensão universitária em tempos de pandemia”, na qual abordou a Lei Aldir Blanc, que prevê auxílio financeiro ao setor cultural. A Lei foi sancionada em 29/06/20 pelo Governo Federal e teve sua regulamentação publicada em 18/08/20.

Ela creditou o processo de criação da lei ao trabalho pregresso da sociedade civil organizada. “Muitos antes de nós construíram uma política, metodologias de participação e controle social, escuta permanente para que tivéssemos essa imensa rede já ativada e com um fluxo de pertencimento a seu território que pôde ser transmitido rapidamente. Quando a lei Aldir Blanc vem como uma resposta emergencial da situação de pandemia que precisa ser articulada, nós trazemos esse processo contínuo que já estava muito  consolidado”, disse.

Segundo Úrsula, o desafio agora é cumprir o cronograma de liquidação de recursos. “Estamos lidando com este imenso pais num momento de violência contra liberdade de expressão, principalmente no que se refere às praticas culturais, por um governo que desestruturou um Ministério da Cultura que é o resultado de toda uma luta da sociedade. Mas, embora tenhamos muita dificuldade com esse governo, no ministério temos tido muito apoio de pessoas que estão lá dentro”, disse.

“Esse é um luto que nós nos negamos a fazer, do Ministério da Cultura. Em todas as interlocuções com o governo federal, nos afirmamos nossa luta permanente pela restruturação do Ministério”, afirmou.

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