Pesquisa da UENF vira capa da edição de outubro na FEBS Journal

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Campos dos Goytacazes (RJ), segunda-feira, 14 de outubro de 2019 – Nº 3.943

O conceito da capa busca mostrar um pouco da estrutura populacional da Klebsiella aerogenes: cada cor representa um grupo de clones

Trabalho elucida a base da estrutura populacional da bactéria Klebsiella aerogenes e pode ajudar no controle de infecções hospitalares

Uma pesquisa desenvolvida na UENF, que pode ajudar no controle das infecções hospitalares, foi destaque na capa do volume de outubro do periódico científico FEBS Journal, revista conceituada na área de Bioquímica e Biologia Molecular. O trabalho elucidou, pela primeira vez, como é a base da estrutura populacional de Klebsiella aerogenes, bactéria que, nas últimas décadas, tem sido associada a surtos hospitalares por ser resistente a vários antibióticos, incluindo alguns dos mais modernos.

O artigo intitulado “Genomic analysis unveils important aspects of population structure, virulence, and antimicrobial resistance in Klebsiella aerogenes” (A análise genômica revela aspectos importantes da estrutura populacional, virulência e resistência antimicrobiana em Klebsiella aerogenes) foi desenvolvido pelo egresso da UENF Hemanoel Passarelli-Araújo e supervisionado pelo professor Thiago Motta Venâncio, do Laboratório de Química e Função de Proteínas e Peptídeos do Centro de Biociências e Biotecnologia da UENF (LQFPP/CBB).

Hemanoel Passarelli-Araújo

Utilizando a Bioinformática, os pesquisadores analisaram sequências genômicas de isolados dessa bactéria encontrados em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Eles identificaram que a população seria composta por no mínimo 10 complexos clonais (subpopulações). Em dois anos de pesquisa, analisando dados públicos, eles descobriram que as bactérias possuíam um perfil de virulência diferencial dependendo do seu complexo clonal.

“Fizemos a análise da sequência de DNA da Klebsiella aerogenes a nível populacional, com o objetivo de saber a proximidade genética de cada isolado nessa população. A ideia principal é que isolados geneticamente próximos podem ter um perfil de virulência e resistência a drogas similares”, explica Hemanoel.

Thiago Motta Venâncio

Klebsiella aerogenes integra o grupo denominado ESKAPE, que inclui os principais patógenos causadores de infecções hospitalares. São microrganismos que apresentam altas taxas de resistência por conseguirem escapar da ação dos antibióticos. Este trabalho já havia sido feito com as demais bactérias do grupo ESKAPE, mas a UENF foi pioneira ao realizá-lo para a Klebsiella aerogenes, responsável por infecções no trato urinário e respiratório, bem como infecções sistêmicas.

Segundo Hemanoel, os resultados do artigo ajudam tanto no controle de disseminação da bactéria Klebsiella aerogenes quanto no desenho de novas estratégias terapêuticas mais eficientes. “A pesquisa pode ajudar os médicos a monitorar surtos hospitalares e a tratar melhor os pacientes, a partir da escolha de antibióticos contra os quais uma dada subpopulação identificada não tenha genes de resistência. “, afirma Thiago Venâncio.

Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de infecção hospitalar chega a 14% no Brasil. “Em tempos de crise no sistema educacional e científico, esse trabalho reforça que a ciência não é gasto, mas investimento”, afirma Hemanoel.

Veja aqui o artigo publicado, que tem a coautoria de Jussara Palmeiro, Kanhu Moharana, Francisnei Pedrosa‐Silva e Libera Dalla‐Costa

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