Professora Maria Cristina Canela vai assumir Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

A reitora eleita da UENF, professora Rosana Rodrigues, e o vice-reitor eleito, professor Fábio Lopes Olivares, anunciaram mais um nome para a sua equipe: a partir de janeiro, a professora Maria Cristina Canela, do Laboratório de Ciências Químicas do Centro de Ciência e Tecnologia (LCQUI) será a nova pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UENF, em substituição à professora Maura da Cunha.

— É com grande satisfação que anunciamos o nome da professora Maria Cristina Canela para assumir a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da nossa instituição na gestão 20024/2027. Cris Canela tem o perfil adequado para o cargo: foi coordenadora do PIBIC e também do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais, com excelente desempenho nas suas funções. É professora titular e tem uma carreira científica consolidada nacional e internacionalmente. Estamos muito felizes em tê-la em nossa equipe! — afirmou Rosana.

Nascida na cidade de Jacutinga, em Minas Gerais, Maria Cristina Canela passou por muitos sacrifícios na infância e adolescência para poder estudar. Em sua cidade natal não havia escolas de ensino médio — apenas poucos colégios técnicos. Para estudar, ela precisou convencer os pais a pagarem um transporte para levá-la todos os dias até a cidade de Itapira, onde pôde cursar o ensino médio em uma escola pública.

— Venho de uma família em que os meus pais têm só até a quarta série primária. Sou a única mulher de um total de cinco irmãos. Eu sempre tive o sonho de fazer faculdade e meus pais, felizmente, sempre me apoiaram — conta.

Enquanto cursava o ensino médio, sua rotina era bastante puxada: saía de casa às 5h30 da manhã, retornava por volta das 13h e à tarde trabalhava como secretária.

— Comecei a trabalhar antes dos 16 anos, fazendo crochê para minha mãe vender — lembra.

Em 1988, após terminar o ensino médio, Cristina foi para Campinas fazer um cursinho preparatório para o vestibular. Suas opções acadêmicas eram: Psicologia e Química. Tentou as duas áreas, mas a aprovação veio em Química na UFSCar e na Unicamp.

— Ou eu passava no vestibular para uma universidade pública ou eu voltava para Jacutinga. Era tudo ou nada. Nessa época, minha vida era só estudar, estudar e estudar. Graças a Deus passei. Escolhi ficar na Unicamp porque era mais perto de casa — conta.

Foi na Unicamp que Cristina se graduou em Química, fez seu mestrado e também seu doutorado, na área de Química Ambiental. Foi também lá que conheceu seu marido, Wilson Antonio Gazotti, que em 2000 ingressou junto com ela como professor visitante da UENF.

— No meio do doutorado, eu casei. Ficamos esperando um concurso público. Eu trabalhava em uma faculdade privada e em uma empresa de consultoria de análises clínicas, e ele era pós-doc na Unicamp. Um dia o professor Fernando Luna, que já estava na UENF, nos falou que havia duas vagas aqui. Viemos, fomos aprovados na seleção, e nos mudamos para Campos em 7 de setembro de 2000 — lembra a professora.

Nos primeiros anos na UENF, foram muitos os desafios para Cristina. Logo no primeiro mês, ocorreria a primeira greve dos professores, em função de problemas com a Fenorte (antiga mantenedora da UENF). Mas o mais difícil de todos os desafios foi a perda prematura de seu marido, num acidente de ônibus no ano de 2003.

— Fiquei perdida. Voltei pra minha cidade, mas depois de um mês decidi retornar à UENF e dar continuidade a tudo que nós dois estávamos construindo aqui. Foi a melhor coisa que fiz — diz.

Nestes 23 anos na UENF, Cristina ocupou vários cargos administrativos, como a coordenação do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (de 2004 a 2006) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (em 2011 e de 2013 a 2017).

Cristina é Cientista do Nosso Estado no Rio de Janeiro e está conduzindo quatro projetos nacionais. Participou de diversos projetos internacionais, inclusive na descontaminação de atmosferas contaminadas com o vírus SARS-COV2.

Segundo Cristina, um dos maiores desafios da pós-graduação, atualmente, é superar a falta de alunos com o desejo de entrar na pós-graduação e também com qualificação.

— O mestrado é uma formação complementar, mas o doutorado precisa de vocação. É preciso que o aluno realmente goste daquilo, porque ele precisa se doar. Pois hoje já há um doutorado mais atuante nas empresas também com empreendedorismo — diz.

Uma questão que será prioridade em sua gestão é a reformulação do regimento da Pós-Graduação, que ela considera bastante engessado em alguns aspectos.

— Precisamos fazer alguma coisa para que os professores possam se dedicar mais à pesquisa, à produção científica. Porque, infelizmente, o que acontece é que os professores acabam ocupando grande parte do seu tempo resolvendo coisas de varejo, atendendo a uma série de demandas — afirma.

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