Promover o estudo e divulgação de temas relacionados ao cultivo de hortaliças nas regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. Essa é a proposta do projeto de extensão Espaço Olericultura, que teve início em 2019, que conta com uma estrutura de campo e estufas de cultivo localizadas na unidade de apoio à pesquisa PESAGRO-UENF. A coordenação é da professora Claudia Prins, do Laboratório de Fitotecnia (LFIT), do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA-UENF), com atuação de seis estudantes do curso de Agronomia.
As atividades realizadas atualmente buscam promover o diagnóstico da produção dos diferentes grupos de hortaliças nos municípios da região. Segundo a professora, a partir do levantamento, feito em parceria com a Emater-Rio e Pesagro-Rio, são identificadas potencialidades e limitações para a produção de hortaliças. Com as informações obtidas é possível desenvolver atividades de divulgação de boas práticas de produção de hortaliças, elaborar planos de pesquisas específicas para as regiões, direcionar atividades de ensino para melhor atender às demandas regionais, assim como organizar materiais e cursos de divulgação de temas relevantes para o desenvolvimento da produção regional.
Segundo a professora, as regiões Norte e Noroeste Fluminense destacam-se na olericultura tropical e possuem importantes regiões produtoras de hortaliças-fruto tropicais, como quiabo, berinjela e jiló. Também é um importante polo de produção de tomate. Entre as hortaliças folhosas, o destaque é a alface.
“No entanto, o clima é uma limitação à produção de hortaliças, reduzindo a diversidade de produtos, uma vez que são em sua maioria culturas que exigem clima ameno. O uso de tecnologias adequadas pode auxiliar na produção e ampliar as possibilidades de diversificação para os produtores locais. O desenvolvimento da região com novos empreendimentos e expressivo crescimento do setor de serviços é um indicativo de potencial aumento da demanda por hortaliças”, esclarece Claudia.
Atividades do projeto – As ações incluem levantamentos da produção regional, oferta de cursos na Semana do Produtor Rural e elaboração de materiais informativos sobre práticas conservacionistas como o plantio direto de hortaliças, que permite aumento da matéria orgânica e porosidade do solo, assim como redução da perda de água por manter camada de palha sobre o solo.
A professora conta ainda que em parceria com a Pesagro foi realizado o levantamento do histórico de produção de mudas de hortaliças pelo viveiro da instituição que atende produtores locais e de outros municípios vizinhos demonstrando a importância dessa atividade para a Olericultura regional.
“Durante a pandemia fizemos um trabalho de estruturação de uma horta doméstica junto a uma família do município de Santa Bárbara, Minas Gerais. Foram realizados também levantamentos da produção e comercialização de hortaliças condimentares (temperos), que já são amplamente cultivados nos quintais pelas mulheres no meio rural e podem ter a produção ampliada representando mais uma alternativa de renda para essas produtoras. O projeto também atua no levantamento das práticas agronômicas realizadas nas hortas urbanas de Campos dos Goytacazes e leva informação para os cuidadores a fim de promover as boas práticas de produção de hortaliças”, finaliza.