As chuvas frequentes e as altas temperaturas do verão são propícias para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. Os meios convencionais, centrados muitas vezes apenas no controle químico do mosquito, não têm se mostrado efetivos para conter o avanço da doença. Baseado nisso, um projeto de extensão universitária da UENF desenvolveu um repelente em barra inédito, denominado Barrepel, já patenteado.
O projeto de extensão é coordenado pelo professor Edmilson José Maria, do Laboratório de Ciências Química (LCQUI), do CCT-UENF. O estudo elabora a viabilidade de controle e monitoramento do Aedes aegypti, através da produção e distribuição para população carente de repelente em barra e armadilhas de monitoramento em áreas endêmicas da região Norte Fluminense, Lagos e Sul Capixaba.
A Barrepel é constituída por uma mistura de substâncias sintéticas e naturais. Tem como princípio ativo a associação do repelente sintético – Deet com um dos óleos essenciais como Eugenol, Citronelal ou Citral. Segundo o coordenador, o produto pode ser aplicado sobre a pele, roupas e superfícies, evitando a aproximação dos insetos. O foi Barrepel foi testado em humanos sadios.
O projeto de extensão visa a produção em escala piloto do repelente Barrepel. – Uma solução mais eficaz talvez esteja em métodos interdisciplinares surgidos no campo da Ecosaúde. Nessas abordagens, o envolvimento das populações locais e do poder público é essencial para o sucesso das ações. Os repelentes químicos tópicos são os mais usados ao redor do mundo, porém seu uso, inclusive em áreas endêmicas, ocorre de forma inapropriada, não garantindo uma proteção adequada – ressalta.
O professor explica que o repelente foi elaborado nas seguintes concentrações: base glicerinada 68%, DEET 20%, Eugenol 6% e manteiga de cacau 6%. O produto é misturado, aquecido e envazado. Após a secagem, é identificado para a distribuição. No ano de 2022, já foram produzidas 1200 unidades de barra repelente.
Vantagens do repelente Barrepel
– Possui baixas concentrações de substâncias ativas;
– Sem efeitos colaterais;
– É útil contra insetos, mosquitos e carrapatos;
– É leve e compacto, sendo fácil de transportar;
– Possui maior duração;
– Fácil de ser utilizado e manuseado;
-Não exige pessoal especializado, infraestrutura onerosa ou equipamentos sofisticados para promover, implementar e controlar a sua utilização em áreas endêmicas.
