Pesquisadores da UENF e de outras universidades estão reunidos no Centro de Convenções Oscar Niemeyer para o Seminário Sistema de Cotas na Educação Pública: Perspectivas sobre as Ações Afirmativas no Brasil. Os estudiosos debatem os dez anos da aprovação da Lei Federal de Cotas, que prevê a revisão dessa política após a primeira década. O evento começou nesta quarta-feira, 24/08/22, e segue até esta quinta-feira, 25/08/22. A realização é do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política do CCH/UENF.
Ao se pronunciar, o reitor da UENF, Raul Palacio, falou dos resultados que a Universidade tem a apresentar para fundamentar a continuidade do sistema de cotas. Segundo ele, a UENF recebe praticamente a metade de alunos da política de cotas e a outra metade de estudantes da rede privada de ensino.
“A Universidade forma a mesma proporção de estudantes cotistas e não cotistas. Na Pós-Graduação, recebe uma porcentagem maior de cotistas que se formam na UENF do que os estudantes não cotistas que se formam na instituição. A grande maioria são da região e hoje recebemos pessoas do Brasil todo”, frisou o reitor.
Cubano, o reitor lembrou que quando chegou ao Brasil, em 1996, na Unicamp, o que o chamou a atenção foi o fato de que lá não havia negros e pobres. “A grande maioria eram estudantes de classe média bem alta. O sistema não estava preparado para atender àqueles com poder aquisitivo menor, seja pelo valor da xerox, da comida do bandejão, do aluguel da cidade e dos custos em geral para se manter”, relatou.
Anos depois, já na UENF, e com o início do processo de cotas, ele pôde presenciar uma Universidade com mais representantes da comunidade brasileira e abordando novas discussões. “Não tem sentido a política de cotas se não há manutenção do estudante na instituição. No período de pandemia, por exemplo, a UENF teve que implementar uma série de ações para garantir a permanência dos estudantes no sistema on-line”, afirmou o reitor.
O reitor da UENF, Raul Palacio, a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UENF, Maura da Cunha; a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política do CCH/UENF, Wania Mesquita; e a doutoranda Ana Beatriz Severo Xavier participaram da Mesa de abertura.
Programação – A primeira mesa abordou o tema: “A história das ações afirmativas na educação brasileira: perspectivas em debate”, com Iolanda de Oliveira (UFF), por vídeo, e Angela Paiva (PUC-Rio), Elielma Ayres Machado (UERJ) com mediação de Wania Mesquita (UENF), presencial. À tarde, ocorreram sessões dos grupos de trabalho, e às 19h acontece a conferência: “O sistema de cotas na educação pública: perspectivas sobre as ações afirmativas no Brasil”, com Márcia Lima (USP/Afro-CEBRAP) e mediação de Flavia Mateus Rios (UFF/Afro-CEBRAP).
Nesta quinta, 25/08, haverá duas outras mesas, além de apresentação do Bloco Afro Agbara Dudu, que comemora 40 anos. Ouvintes podem se inscrever durante o evento através do link disponível no site. Acesse AQUI a programação completa e veja mais informações.