
No semestre 2025.1, a UENF viveu uma experiência diferenciada: o Torneio Acadêmico de Cálculo, voltado para a disciplina Cálculo Diferencial e Integral I (MAT101101). Sob a coordenação da professora Nancy Baygorrea, a iniciativa reuniu cerca de 250 alunos distribuídos em sete turmas, despertando o interesse e a coragem de muitos estudantes que aceitaram o desafio de participar de uma competição acadêmica que vai muito além das notas, testando foco, dedicação e raciocínio rápido.
A ideia do torneio surgiu da preocupação dos professores da disciplina com as dificuldades enfrentadas pelos alunos e com o desânimo que muitas vezes acompanha o estudo de Cálculo. A proposta foi criar um espaço em que o aprendizado viesse acompanhado de desafio, superação e espírito esportivo. Assim nasceu o torneio, que uniu ensino, competição e cooperação.
Estrutura da competição
O torneio foi dividido em três etapas: Testes Preparatórios, Semifinal e Final.
Nos preparatórios, os alunos puderam revisar conteúdos e se acostumar com o formato das provas em um ambiente descontraído.
A Semifinal, realizada após as férias, foi o momento de selecionar os estudantes que demonstraram dedicação e constância ao longo do semestre.
A Final reuniu os melhores participantes, aqueles que alcançaram a nota mínima necessária para disputar os primeiros lugares.
O evento contou com o engajamento dos professores colaboradores do Laboratório de Ciências Matemáticas (LCMAT) e de bolsistas que dedicaram seus sábados à aplicação, correção e comentário das provas. A colaboração dos professores Ana Sena, Rafael Borges e Fernando Coelho, todos do LCMAT, foi essencial para o sucesso da iniciativa. Além disso, o apoio dos docentes responsáveis pela disciplina no semestre reforçou o caráter coletivo e o comprometimento do projeto.
Aprendizado e superação
Durante o torneio, foi possível observar o progresso dos alunos ao longo das etapas. Muitos começaram de forma tímida, mas foram ganhando confiança, aprimorando o raciocínio lógico e formando grupos de estudo espontâneos. O engajamento e a persistência demonstraram que o torneio cumpriu seu propósito de transformar o aprendizado em um processo mais dinâmico e motivador.
Segundo a organização, todos os que chegaram à Semifinal já são considerados vencedores. O empenho e a disciplina dos participantes mostraram que o esforço constante é capaz de gerar resultados significativos, tanto no desempenho acadêmico quanto na autoconfiança dos estudantes.

Os vencedores
Na fase final desta primeira edição do torneio, realizada em 2025, dois alunos se destacaram e conquistaram os primeiros lugares:
1º lugar: Lucas Sales Arantes — curso de Ciência da Computação
2º lugar: João Marcos Barcelos João — Licenciatura em Matemática
De acordo com o regulamento, poderiam ser até três finalistas, mas apenas dois alunos alcançaram a nota mínima exigida e fizeram história na estreia do torneio.
Depoimentos dos finalistas
João Marcos Barcelos, segundo colocado, afirmou que o torneio foi uma oportunidade de perceber em quais conteúdos poderia se aprofundar mais e que as provas da semifinal e da final foram especialmente marcantes por exigirem raciocínio e compreensão conceitual.
— Recebi a proposta por meio das aulas ministradas de Cálculo que tive no semestre em questão. Minha participação foi motivada por um desafio interno meu de me aprimorar quanto ao Cálculo Diferencial e Integral e suas demonstrações. Não possuo quaisquer arrependimentos por ter participado, pois as etapas do torneio, deste os testes até a final, deram-me um retorno quanto ao conteúdo que eu poderia estudar mais para refinar meu domínio sobre ele. Em especial, as provas que mais gostei de fazer foram a semifinal e a final, pois não foram avaliações quaisquer que normalmente vejo por aí. Senti que, de fato, estava participando de um torneio universitário. Naturalmente, a prova mais difícil de fazer foi a final.
João também ressaltou que o torneio serviu como incentivo para intensificar os estudos, reforçando a importância da curiosidade e do estudo prévio dos conceitos antes das aulas. Em sua rotina, ele conciliou leituras de diferentes livros, vídeo-aulas e monitorias, destacando o valor de uma base teórica sólida. Segundo ele, experiências como essa são fundamentais para despertar o interesse dos alunos e fortalecer o aprendizado.
Já o campeão, Lucas Sales Arantes, relatou que o torneio foi a chance de colocar em prática um estudo iniciado antes mesmo da universidade. Ele contou que começou a se preparar para o Cálculo ainda no ensino médio, por curiosidade e prazer em aprender matemática.
— O torneio de cálculo foi, para mim, uma chance de demonstrar meu talento. Quando a professora da minha turma anunciou, eu sabia que seria um dos finalistas. Comecei a me preparar para cálculo antes mesmo de terminar o ensino médio, apenas pela diversão! Então eu senti que o torneio era a chance que eu tinha de demonstrar que eu sou diferente, não apenas mais um aluno qualquer. Desde as férias comecei a ler livros de cálculo (comecei pelo livro do Stewart, mas não me prendeu muito, então acabei trocando para o Spivak) e isso fez total diferença, foi essencial ter um tempo extra para não só passar em cálculo, como também aprender coisas que vão além. O torneio de cálculo foi, ao menos para mim, uma espécie de sonho realizado, uma forma de provar que tudo aquilo que eu aprendi – por puro amor – teve um sentido, um objetivo maior.
Mais informações sobre: https://nbaygorrea.wixsite.com/homepage/post/torneio-de-c%C3%A1lculo-diferencial-e-integral-na-uenf
(Texto: Giovanna Toledo, estagiária, sob supervisão da jornalista Fúlvia D’Alessandri – ASCOM/UENF)