UENF com novo curso de graduação: Engenharia de Alimentos

Forma de ingresso será por meio do Sisu via nota do Enem

Daniel Gonçalves no Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA)
do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA)

A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) vai oferecer a partir de 2026 um novo curso de graduação: o bacharelado em Engenharia de Alimentos. A forma de ingresso será por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) via nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Serão 20 vagas no horário diurno em turno integral, sendo 11 para ampla concorrência e 9 vagas para ações afirmativas, divididas entre 4 vagas para aluno da rede pública, 4 vagas para negros (pretos e pardos), indígenas e quilombolas e 1 vaga para pessoas com deficiências e filhos de policiais civis, policiais militares, bombeiros militares e inspetores de segurança e administração penitenciária, mortos ou incapacitados em razão do serviço.

Para concorrer às vagas, os candidatos deverão se inscrever no Sisu após a divulgação dos resultados do Enem. A nota mínima do Enem para o bacharelado em Engenharia de Alimentos será 550. Uma novidade do Sisu de 2026 será a possibilidade de utilizar a nota das três últimas provas do ENEM. Os candidatos que fizeram as três provas, ou duas delas, poderão usar a maior nota. O candidato que fez apenas uma prova, poderá concorrer em 2026, ainda que não tenha feito o Enem em 2025.

O bacharelado em Engenharia de Alimentos na UENF será presencial e terá a duração mínima de cinco anos, sendo que os dois primeiros anos serão dedicados a disciplinas do núcleo básico, com início do núcleo profissionalizante a partir do terceiro ano. A grade curricular possui aulas teóricas e práticas desde o início do curso.

Daniel Gonçalves, coordenador do novo curso de graduação da UENF, o bacharelado em Engenharia de Alimentos,
concedeu entrevista ao jornalista Wesley Machado, da ASCOM/UENF (Foto: Thábata Ferreira)

Leia a entrevista completa abaixo:

Expansão da UENF para a E. T. E. Agrícola

“As aulas práticas e expositivas do núcleo profissionalizante do curso de Engenharia de Alimentos serão implantadas na Escola Técnica Estadual Agrícola Antonio Sarlo, que será mais um campus da UENF. A previsão é de fazer todas as reformas nos prédios do Agrícola em 2026, que terá laboratórios de aulas práticas, salas para aulas teóricas e um Restaurante Universitário (RU) totalmente reformados. Também haverá ônibus circular interno entre o campus central e a Agrícola.”

Perfil do curso de Engenharia de Alimentos

“O perfil do curso é formar um profissional que possa trabalhar em qualquer setor de uma indústria de alimentos ou bebidas. Na Engenharia de Alimentos, o estudante aprende como funciona uma indústria por completo, tanto que ao final do curso o aluno tem que elaborar um projeto que é uma indústria inteira, planta baixa, parte de distribuição, compra de insumos, como vai vender, como vai fazer o marketing. Então para ele chegar nesse finalmente, que é lá no final do curso, ele aprende como funcionam todas as áreas de uma indústria de alimentos. Tanto que é comum nos cursos de Engenharia de Alimentos alguns alunos, quando terminam a graduação, dependendo do que foi proposto no projeto, tentarem abrir uma startup com aquela ideia. Porque eles são incentivados a tentarem alguma coisa inovadora.”

Áreas de atuação

“O estudante de Engenharia de Alimentos é preparado principalmente para atuar em uma indústria de alimentos, mas não se limita só à indústria. Existem engenheiros de alimentos que trabalham, por exemplo, em órgãos de fiscalização — a Anvisa é um exemplo — ou em aeroportos, mas muitos trabalham em área de pesquisa, inovação e na parte de distribuição de insumos, no varejo. Então, basicamente, onde há alimento envolvido, o engenheiro de alimentos pode trabalhar. Também muitos trabalham em indústria de cosméticos, porque aprendem os processos que acontecem em uma indústria química ou de cosméticos no geral. A atuação é muito ampla.”

Curso multidisciplinar

“A grade curricular abrange muitas áreas. A formação final é multidisciplinar, permitindo que o profissional possa atuar em muitas áreas. Não é uma coisa assim muito limitada, então por isso que a empregabilidade do engenheiro de alimentos é muito alta, por ter essa versatilidade, permitindo que ele trabalhe também na área comercial. Portanto, é um curso que tem muitas possibilidades. No núcleo básico quase todas as disciplinas são no Centro de Ciência e Tecnologia (CCT/UENF). Será a base toda da engenharia, que são os cálculos, física e química.”

Conteúdo do curso

“Na Engenharia de Alimentos tem de se pensar em várias questões, sociais, econômicas, de valorizar matérias-primas. As transformações das matérias-primas para virarem alimentos são o que mais se aprende no curso. São os processos de transformação do alimento, quando você tem alguma reação, ou faz alguma transformação térmica, ou extração, então aprende bastante os métodos de transformação e os equipamentos necessários para fazer essas transformações em larga escala, e aprende também a dimensionar equipamentos, por isso é engenharia.”

Inovação e sustentabilidade

“É uma formação na qual é muito incentivada a inovação, pensando em alimento. As pessoas têm cada vez mais restrições. Muitas não querem consumir mais alimentos de origem animal, ou tem alguma alergia, por exemplo. Então você precisa cada vez mais de inovação. Tem o conceito de segurança alimentar, que não é só o alimento que não traga algum malefício, mas o alimento ter um valor nutricional, ser acessível, disponível a todo lugar. Isso tudo está dentro do conceito de segurança alimentar. Tem a parte de sustentabilidade, você desenvolver um produto que não agrida o meio ambiente, que não traga prejuízos à sociedade, mas que seja o contrário. Então tem muita coisa envolvida. As pessoas precisam ter acesso a um alimento que seja nutritivo, e ter condição para comprar esse alimento. Tudo isso será incentivado no curso de Engenharia de Alimentos da UENF.”

Agronegócio e indústria

“O curso terá disciplinas básicas de economia e administração, mas queremos fortalecer mais o empreendedorismo, que ainda não tem na grade curricular. Vamos tentar colocar como uma disciplina optativa. É muito bom os alunos saírem do curso com essa mentalidade de inovação. Ainda mais no Rio de Janeiro, onde o agronegócio é ainda muito fraco. Em termos de indústria, a região é muito fraca. Temos de aproveitar o Porto do Açu, que está cada vez mais sendo utilizado para escoamento de produção. Que as pessoas tenham esse incentivo, de querer trazer, beneficiar, melhorar o que já tem na região. Então esse curso de Engenharia de Alimentos também veio na tentativa de melhorar essas condições, tentar trazer indústrias para cá, desenvolver.”

Pequenos produtores e chuvisco

“Queremos incentivar pequenos produtores. Não deixar perder a parte cultural. Por exemplo, o chuvisco já é difícil de encontrar porque as pessoas estão deixando de consumir, não estão mais fazendo. É a avó, no fundo do quintal da casa dela, que faz. Você não encontra mais com facilidade. Mas imagina alguém que vem com esse pensamento de industrializar e incentivamos? E o que queremos? São esses projetos. Que sejam projetos reais para a região. Então pegar esses pequenos produtores, essas pessoas, ver como é que poderíamos industrializar no sentido de fazer uma escala maior, só que mantendo a qualidade, as características de uma coisa artesanal, mas de uma forma mais industrializada, para que tenha uma maior produção. E permita também exportar para outros locais.”

Cronograma do SISU

Inscrições19/01 a 23/01/2026
Resultado da chamada regular 29/01/2026
Manifestação de interesse em participar da lista de espera29/01/026
Matrícula dos Candidatos Aprovados na chamada regular a partir de 02/02/2026
Disponibilização da Lista de Esperaa partir de 09/02/2026
Matrícula dos Candidatos aprovados na lista de esperaa partir de 11/02/2026


(Jornalista: Wesley Machado – ASCOM UENF)

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