UENF debate saúde mental na comunidade acadêmica

Evento interdisciplinar reuniu docentes e discentes nos dias 3 e 4 de setembro no Centro de Convenções

Milton Masahiko Kanashiro, Clícia Grativol, Verusca Reis, Rosana Rodrigues e Carlos Henrique Medeiros

A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) realizou nos dias 3 e 4 de setembro no Centro de Convenções Oscar Niemeyer, da UENF, o III Simpósio de Saúde Mental do Norte e Noroeste Fluminense. O evento, com o tema “um olhar interdisciplinar sobre a saúde mental”, teve a participação de docentes e discentes do curso de pós-graduação em Cognição e Linguagem da UENF, entre outros participantes, como profissionais da área da saúde. O objetivo foi debater as múltiplas dimensões da saúde mental.

Egresso do mestrado em Cognição e Linguagem da UENF, o professor Davis Anzolin Lichote, apresentou sua pesquisa com o tema “Um estudo sobre a saúde mental dos alunos da pós-graduação da UENF.”

— No mestrado me dediquei à questão da saúde mental. Existem questões próprias que atingem os alunos, em especial as pessoas que conciliam o estudo com o trabalho. Existem as questões que são externas, como as tarefas e questões internas à nossa realidade. Tem uma questão crucial, um dos fatores de maior impacto na saúde mental dos discentes, que é da produtividade, a necessidade de publicações acadêmicas, que é diferente, a perspectiva passa pela nossa individualidade, passa pelo coletivo, passa pelo propósito e pelo projeto individual do pesquisador – considera Davis.

“Brasil é o país dos ansiosos e entre os mais ansiosos estão as pessoas do meio acadêmico”, afirma pesquisadora da Fiocruz

Evento foi prestigiado por um bom público

Etinete Nascimento Gonçalves, do Centro de Apoio ao Discente (CAD) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), destacou que o Brasil é o país dos ansiosos e entre os mais ansiosos estão as pessoas do meio acadêmico.

— No CAD da Fiocruz, criado em 2017, fazemos atendimentos com assistentes sociais, psicopedagogos e psicólogos. É uma instância de diálogo e acolhimento, responsável por propor ações que promovam o bem estar dessas pessoas que se impactam com aspectos culturais e econômicos da academia. A Fiocruz também tem a Política de Apoio ao Estudante (PAE), regulamentada em 2022, que é um documento que orienta as ações institucionais — informa Etinete. 

A doutora em Antropologia Cultural pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rachel Paterman, observou a interseção entre ciência e arte na saúde.

Organizadora do evento, professora Verusca Reis

— Existe uma angústia e uma ansiedade acadêmica. No cotidiano da produção acadêmica deve ser considerado o atravessamento individual associado aos processos coletivos. É preciso criar um ambiente próprio para as pessoas falarem sobre as vivências delas. Também podem ser feitas oficinas de arte para estas pessoas expressarem seus sentimentos — sugere Rachel, que criou a tirinha Desorientanda

O evento foi realizado pela UENF por meio do Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem (PGCL) e do Núcleo de Epistemologia, História e Ensino das Ciências (NEHEC), com apoio da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (ProPPG), Pró-reitoria de Assuntos Comunitários (ProAC), Fort Internet e Clínica Côrtes.

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