UENF lança programa Abrace para acolher denúncias de assédio

Agendamentos com psicólogos já podem ser realizados pelo e-mail abrace@uenf.br

Na última quinta-feira, 22/08/2024, no auditório Multimídia do Centro de Ciências do Homem (CCH), durante a realização do evento ‘Vozes do Respeito: Mecanismos institucionais para denúncias de assédio moral, sexual e psicológico’, foi anunciado o programa Abrace, que vai acolher denúncias de assédios na universidade. Os agendamentos com psicólogos já podem ser realizados pelo e-mail abrace@uenf.br.
A reitora da UENF, Rosana Rodrigues, afirma que em uma universidade pública de perfil como o da UENF situações de assédio de qualquer natureza são intoleráveis.
— Temos uma unidiversidade. Já fizemos outros encontros para falar sobre assédio, como rodas de conversas. É um assunto que deve ser tratado. É papel da instituição tornar o ambiente da universidade seguro e acolhedor. Temos compromisso com a prevenção e o combate ao assédio e a sanção aos assediadores. Esta discussão que nós estamos dando continuidade é a mais adequada para o respeito. Denúncias falsas fazem um desserviço às pessoas que sofrem assédio. A partir de uma denúncia formal, temos a obrigação de agir com tratamento justo, adequado, seguro e acolhedor. Temos a obrigação não só legal, mas moral de acolher as denúncias. Assédio é crime e precisa ser punido como tal. Face a determinadas circunstâncias, essas pessoas vão ter de responder por isso — afirmou Rosana.
A reitora ressalta que a UENF já vinha divulgando as cartilhas da CAPES e do Sintuperj sobre assédio.
— Na quarta-feira, na Câmara de Assuntos Comunitários, foi aprovada a nossa cartilha. Estava na hora de termos nosso próprio instrumento orientador, nossa própria cartilha. A partir da cartilha, apresentaremos uma resolução própria para saber o que fazer com os assediadores e com quem faz denúncias falsas de assédio. Temos o compromisso de apurar todas as denúncias. Começamos a implantar câmeras de segurança no campus. Elaboramos um programa de acolhimento, o Abrace, para que quem está em sofrimento por causa de um assediador possa denunciar de maneira silenciosa pelo e-mail abrace@uenf.br. Sempre tivemos outros canais para denúncia, como o Fala BR e o e-mail ouvidoria@uenf.br — disse Rosana.
E-mail será primeiro contato para vítima agendar atendimento na ProAC com um psicólogo
O pró-reitor de Assuntos Comunitários, Milton Masahiko Kanashiro, destaca que a expectativa é que todas as pessoas que se sintam assediadas possam procurar o programa Abrace para fazer a denúncia.
— O programa Abrace UENF vai acolher denúncias de assédio. O e-mail abrace@uenf.br será um primeiro contato para a pessoa fazer um agendamento para conversar na PROAC com um psicólogo e para a pessoa vitimada, que está sensível, se sentir acolhida e segura para fazer seu relato sob sigilo. A cada semestre vamos fazer uma estatística dos fatos para entender o quanto sério é este processo. Não denunciar é proteger o agressor, que vai se empoderando. O assediado começa a viver uma situação depreciativa, uma condição de infelicidade crônica, que leva a pessoa a adoecer e resulta em resposta inadequada. O ambiente da universidade precisa ser acolhedor e saudável — afirmou o pró-reitor.
Vinte e cinco câmeras de monitoramento serão instaladas no CCH, inclusive no ponto de ônibus
O diretor do CCH, Geraldo Timóteo, informa que no CCH serão instaladas 25 câmeras de monitoramento, inclusive no ponto de ônibus monitorando o passeio.
— Já melhoramos a iluminação aqui do prédio. Queremos criar um espaço de respeito e que haja assédio zero. Isto também depende da vítima. Que ela seja empoderada a denunciar qualquer tipo de assédio que seja. Espero que todas as denúncias sejam apuradas. Que se sintam capazes de não aceitar que as pessoas as tratem mal. Se organizem, se sintam seguros e seguras para denunciar todo tipo de assédio. Estamos em um espaço do conhecimento e vamos construir esse lugar em que todos, todas e todes estejam seguros para estar. Que tenhamos um espaço de respeito. Com meios de segurança, de denúncia e punição. Não podemos ter vítimas sem justiça, pessoas que não se revelaram. Temos de construir boas memórias e não traumas — disse.
A mesa do evento teve também as presenças da diretora de Comunicação do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UENF e fundadora do Coletivo Trans UENF, Melissa Assis, e do estudante de Ciências Sociais Vinicius Ribeiro. Na plateia, alunos da comunidade interna e convidados da comunidade externa da UENF. Na oportunidade, foram distribuídas cartilhas contra assédio moral, elaboradas pelo Sintuperj UERJ e UENF.

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