Universidade tem produtos patenteados para combater o Aedes aegypti
O número de casos de dengue no Brasil não para de crescer. No estado do Rio de Janeiro, segundo o boletim semanal Panorama da Dengue, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), o número de casos prováveis de dengue é seis vezes maior do que o esperado para esta época do ano, considerando os últimos 10 anos. Em 2024, de janeiro até 15 de fevereiro foram registrados 41.252 casos de dengue no estado do Rio de Janeiro, o que equivale a 80% dos casos registrados ao longo de todo ano de 2023. Só em Campos dos Goytacazes foram registrados mais de 500 casos.
Há mais de 10 anos, a UENF vem realizando pesquisas com o objetivo de combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya.
Uma das pesquisas da UENF visando reduzir a população de mosquitos Aedes aegypti é a armadilha MataAedes, desenvolvida em conjunto com a startup Mosquitec.
O professor Richard Samuels, do Laboratório de Entomologia e Fitopatologia do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da UENF, um dos pesquisadores desenvolvedores da armadilha MataAedes, afirma que o produto funciona muito bem para atrair e matar Aedes e Culex (pernilongos comuns) adultos, sem uso de químicos.
— A armadilha MataAedes utiliza um fungo que especificamente mata mosquitos Aedes aegypti e o pernilongo comum (Culex). O fungo é um patógeno natural de insetos. A armadilha é segura para ser utilizada em residências e comércio, é sustentável e biodegradável — informa Richard.
A armadilha, que tem formato triangular, parecendo um calendário de mesa, foi patenteada pela UENF e é produzida e vendida pela empresa MosquiTEC.
— Desde 2008 publicamos em revistas científicas resultados mostrando a eficiência de armadilhas com fungo para matar mosquitos. Em 2021 iniciamos a venda experimental da armadilha MataAedes, que pode ser utilizada em residências e comércio em geral.
Veja mais informações sobre a armadilha MataAedes aqui.
Outro produto patenteado, utilizado para combater o mosquito Aedes aegypti é o repelente Barrepel, desenvolvido pelo projeto de extensão coordenado pelo professor Edmilson José Maria, do Laboratório de Ciências Química (LCQUI), do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) da UENF.
Em outubro de 2023, durante a Mostra de Extensão realizada no Centro de Convenções da UENF, foram distribuídas 300 unidades do repelente Barrepel.
— Distribuímos também na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e na Mostre-se do IFF, entre os participantes desses eventos. A distribuição está mais restrita para professores, técnicos e estudantes da UENF. Basta entrar em contato com o laboratório no ramal 97236 — informa Edmilson.
O repelente Barrepel é constituído por uma mistura de substâncias sintéticas e naturais e tem como princípio ativo a associação do repelente sintético Deet com um dos óleos essenciais, como Eugenol, Citronelal ou Citral.
O produto, que foi testado em humanos sadios, pode ser aplicado sobre a pele, roupas e superfícies, evitando a aproximação dos insetos.
O repelente tem as seguintes concentrações: 68% de base glicerinada, 20% de DEET, 6% de Eugenol e 6% de manteiga de cacau. O produto é misturado, aquecido e envasado. Após a secagem, é identificado para a distribuição.