Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável abre inscrições em outubro

A UENF terá uma nova pós-graduação, o Mestrado Profissional em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. O mestrado foi aprovado pelo Conselho Universitário (CONSUNI) em 13 de agosto de 2021 e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em dezembro de 2024. A homologação no Ministério da Educação (MEC) foi realizada em junho de 2025.
O coordenador da nova pós-graduação da UENF, professor Fábio Cunha Coelho, informa que em outubro será aberto o processo seletivo para o primeiro semestre de 2026. Serão 24 vagas nas linhas de pesquisa: Fundamentos em Agroecologia; Manejo Ecológico do Solo; Saúde dos Agroecossistemas e; Sociedade, Desenvolvimento e Segurança Alimentar.
O coordenador afirma que uma exigência da CAPES para este mestrado profissional é que o candidato a estudante esteja trabalhando.
“O estudante precisa ser liberado pela empresa onde trabalha ou, então, ser encaminhado pelos movimentos sociais do campo em que atua. Se esse movimento social indica ou encaminha esse profissional, o estudante tem sua inscrição aceita também”
professor Fábio Cunha Coelho
O Mestrado Profissional em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável está ancorado na CAPES na grande área de Ciências Agrárias 1 e é uma iniciativa do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), com o apoio do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) e do Centro de Ciências do Homem (CCH).
Agroecologia – O professor explica que a Agroecologia é uma ciência transdisciplinar. Agriculturas que utilizam tecnologias ou manejos com maior base ecológica têm maior biodiversidade na produção rural e, consequentemente, reduzem a incidência de pragas e doenças nas plantas e animais. Na produção rural, em que a Agroecologia tem maior inserção, são utilizados adubos orgânicos, adubos verdes (plantas que adubam outras plantas), consórcios de culturas, coberturas do solo com restos vegetais, não são utilizados agrotóxicos nem plantas transgênicas.
Além das culturas comuns (milho, feijão, arroz, alface etc), também se valoriza a produção de plantas alimentícias não convencionais, bem como plantas medicinais, como boldo e merthiolate etc. Na produção de adubo, para melhorar a fertilidade das áreas, as técnicas utilizadas são a compostagem, a vermicompostagem e os biofertilizantes (adubo orgânico preparado via fermentação anaeróbia).
A UENF conta com uma área de Agroecologia onde são produzidos alface, brócolis, couve-flor, beterraba, espinafre, cebolinha, taioba, jiló, entre outras plantas de adubação verde. Algumas das plantas da área de Agroecologia da UENF são da família Fabaceae, que são as plantas cujo fruto é uma vagem (feijões, soja, algumas árvores como, por exemplo, a gliricídia), que têm associação com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico.
— A simbiose (planta-bactéria) possibilita que as plantas utilizem o nitrogênio do ar para sintetizar aminoácidos e proteínas. Na adubação verde, são utilizadas estas plantas (também chamadas de leguminosas) como adubos para outras plantas que são cultivadas na área de Agroecologia da UENF. Na área da UENF, as gliricídias são podadas aproximadamente a cada três meses e os ramos, ricos em nitrogênio, são colocados sobre o solo. Com a decomposição, nitrogênio e outros nutrientes são liberados para o solo e as plantas ali cultivadas os absorvem e os utilizam para seu crescimento e produção — afirma.
(Jornalista: Wesley Machado – Foto: Cassiane Falcão – ASCOM/UENF)