Uma cientista se destaca na Engenharia do campus Macaé

Enfrentar o machismo e a discriminação no meio acadêmico, muitas vezes, é um desafio em ambientes onde a atuação masculina prevalece. Segundo o Escritório das Nações Unidas para o Espaço Exterior (Unoosa), as mulheres que atuam em pesquisas nas áreas de ciência, tecnologia, engenharias e matemática são 28,8%, enquanto os homens são 72,2%. Até o dia 08 de março a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) vai destacar a trajetória de algumas cientistas que atuam na instituição.

A ciência chamou a atenção de Georgiana Feitosa da Cruz ainda no Ensino Médio, quando morava em Teresina. Com formação e mestrado em Química pela Universidade Federal do Piauí e doutorado em Ciências pela Unicamp, a pesquisadora ingressou na UENF em 2010.

Georgiana Feitosa é professora da UENF desde 2010

“A adaptação ao trabalho foi mais difícil no primeiro ano, principalmente pelo preconceito que sofri por ser Química e atuar na Engenharia. Estereótipos de gênero que ligam a ciência à masculinidade limitam a capacidade das mulheres em busca de suas aptidões e na escolha da carreira profissional. É preciso extinguir os costumes e comportamentos associados ao sexo feminino e que são, infelizmente, fomentados pelos pais e até por professores”, disse.

A pesquisadora atua nos cursos de graduação em Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo e de pós-graduação em Engenharia de Reservatório e Exploração, ambos no LENEP, no campus de Macaé. Em pouco mais de 10 anos, foram 29 artigos científicos em revistas indexadas, dois depósitos de patentes e o reconhecimento de dezenas de alunos em eventos científicos.

Georgiana e seus alunos no campus de Macaé

Para Georgiana, as mulheres vêm contribuindo significativamente para o desenvolvimento científico mesmo em áreas do conhecimento com predomínio masculino, como nas Engenharias e na Matemática.

 “No curso de Engenharia de Petróleo (LENEP/UENF) temos apenas 20% de docentes mulheres. Neste contexto, na minha área de atuação, apesar de ainda existir maioria masculina, observamos que o número de mulheres tem aumentado nos últimos anos, especialmente quando se considera cursos de mestrado e doutorado”, pontuou.

Segundo a cientista, é preciso destacar a importância e dar espaço às mulheres que são líderes em grandes empresas ou que chegaram à Academia Brasileira de Ciências, pois serão exemplos para outras que virão.

 “Nós, mulheres, temos o dom natural da percepção que, aliada à nossa dedicação e capacidade de agir, nos permitirá atingir qualquer nível dentro da carreira que almejamos”, finalizou.

Georgiana ao lado da professora Dra Anita Jocelyne Marsaioli (Unicamp0

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