XVI Mostra de Extensão ressalta importância da presença das mulheres na área

Mulheres nas diversas áreas, com diferentes idades e características, com suas conquistas e lutas na extensão e na ciência. Um pouco de toda a trajetória que envolve esta temática foi abordada durante o terceiro dia XVI Mostra de Extensão UENF, UFF, IFF e VIII UFRRJ, que iniciou na última segunda, 21/10/24 e vai até esta quinta-feira, 24/10/24, no Centro de Convenções da UENF. 

Para compor a roda de conversa, estiveram presentes representantes das diversas universidades como a professora da área de tecnologia do IFF Campus Campos Centro, Aline Pires de Vasconcelos; a professora da área de Serviço Social da UFF, Neusa Cavalcante; a zootecnista com especialização em Ciência Animal, Elizabeth Fonseca, representando a UFRRJ, e a  professora de Física Maria Priscila Pessanha de Castro, que trabalha com diversos projetos de extensão na UENF.

— A extensão tem que ser uma das coisas mais importantes da Universidade. Eu trabalho com pesquisa, ensino e extensão mas, para mim, não tem diferença — destacou em trecho de sua apresentação a professora Priscila, que também mediou a interação entre as demais palestrantes no evento.

Priscila atua em diversos projetos de extensão, entre eles: Gestão Cultural UENF 2020-22, onde coordena as ações do Cine Darcy, o cinema universitário da UENF; A produção fotográfica como recurso didático interdisciplinar e O uso do Arduino como ferramenta motivadora no ensino de física. 

Extensão como transformadora de realidades

Professora Titular da Informática no Instituto Federal Fluminense Campus Centro, Aline Pires de Vasconcelos atualmente está como diretora do Centro de Referência em Tecnologia, Informação e Comunicação na Educação. Doutora em Engenharia de Sistema e Computação pela COPPE – UFRJ – a professora, que também tem mestrado em Engenharia de Software na França, falou de sua iniciação na Extensão

— Comecei a fazer Extensão há dois anos e meio, e realmente é apaixonante trabalhar no contato com a sociedade. No início deste período, fui a um congresso presencial e fiquei conhecendo o projeto Meninas Digitais da Sociedade Brasileira de Computação. Um projeto para inclusão de mulheres STEM (Science, technology, engineering, and mathematics). A gente descobriu que não havia representatividade desse projeto no Norte Fluminense. Conseguimos a chancela da Sociedade Brasileira de Computação e hoje temos um projeto belíssimo que é Meninas Digitais do Norte Fluminense: as Goytatecs — revela.

Mulheres +60

Natural de São Paulo, a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF- Campos), Neusa Cavalcante, é assistente social por formação e fez Mestrado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas. Contudo, possui carreira acadêmica no campo do serviço social com Mestrado, Doutorado e Pós-doc na área.

Entre os assuntos que permeiam os desafios da mulher na Extensão, a Professora da UFF explicou um pouco sobre sua atuação no Programa Bolsa Família em Campos dos Goytacazes (PROCAD-SUAS) e no Programa Universidade para Terceira Idade (UNITI), que é voltado ao público 60+.

— Mulheres com mais de 60 anos também podem estar onde elas quiserem. Elas também podem estar num banco de universidade para discutir questões para além do que é ser velho. Elas trazem essas temáticas de cidadã de Campos quando discutem condições das praças, mobilidade urbana, política econômica, questões ambientais que afetam o mundo — defendeu, entre os temas, a professora.

Mulheres tomando conta de espaços ‘incomuns’

Elizabeth Fonseca é zootecnista formada pela UENF e trabalha com Pesquisa e Extensão no Campus Campos dos Goytacazes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Possui mestrado e doutorado em Ciência Animal também pela UENF 

Sua  área de trabalho é com alimentação e produção animal — ambiente que, segundo ela, tem historicamente predomínio masculino. 

— Hoje a gente já tem um quadro um pouco diferente. As mulheres muitas vezes são maioria nos cursos de ciências agrárias, mas ainda se nota muito preconceito neste meio. Eu atendo produtores na Universidade e, até hoje, nunca atendi uma mulher produtora. A minha percepção é que, nós mulheres, quando entramos nestes campos, na extensão rural, precisamos ser muito melhores para sermos respeitadas. Temos que provar todos os dias que somos competentes — relatou.

(Jornalista: Thábata Ferreira)

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