Um artigo publicado em abril de 2022 por uma mestranda da UENF foi um dos mais citados no período 2022-2023 na revista Entomologia Experimentalis et Applicata. A equipe foi comunicada recentemente pela editora Wiley sobre o sucesso do trabalho.
O artigo, intitulado “Forídeos parasitóides da formiga-cortadeira Atta laevigata na Mata Atlântica: ocorrência, taxa de parasitismo e tamanho do hospedeiro”, foi o resultado da dissertação de mestrado de Fabíola Aparecida Pimentel, orientada pelo professor Omar Bailez e coorientada pela professora Ana Maria Viana-Bailez.
Para os autores, ser um dos artigos mais citados da revista Entomologia Experimentalis et Applicata, publicação científica internacional tradicional e prestigiosa da entomologia, mostra a relevância e o impacto do trabalho entre pesquisadores da área e hierarquiza a pesquisa realizada na UENF.
Conheça a pesquisa – O trabalho foi desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Entomologia e Fitopatologia (LEF-CCTA), numa área de Mata Atlântica do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais. A pesquisa trata sobre a formiga-cortadeira de folhas da espécie Atta laevigata, praga agrícola e florestal, e seus inimigos naturais, as moscas forideos parasitoides.
De acordo com o professor Omar Bailez, esta formiga, conhecida vulgarmente como saúva-cabeça-de-vidro, é controlada usualmente mediante a dispersão de iscas com inseticidas.
— Essas substâncias utilizadas são nocivas para o ambiente e sua interdição foi cogitada várias vezes por organismos internacionais de controle. Essa ameaça de interdição promoveu o surgimento de pesquisas que procuram desenvolver métodos alternativos de controle. Entre as alternativas de controle mais estudadas destaca-se o uso de moscas forídeos parasitoides, pelo seu potencial como agentes de controle biológico — explica o professor Omar Bailez.
Ainda segundo o professor, o trabalho verificou durante 12 meses, em uma área de Mata Atlântica, quais espécies de forídeos parasitaram a formiga A. laevigata, a taxa de parasitismo que causaram e o tamanho das formigas parasitadas.
Resultados – O pesquisador esclarece que seis espécies de forídeos parasitaram a A.laevigata e causaram uma taxa anual de parasitismo de 5.9 %. Em alguns meses a taxa chegou a 16 %, e em alguns ninhos a 45%. — Cada espécie de florídeo parasitou um tamanho específico de formiga. A espécie Apocephalus attophilus foi a mais letal (2,8 % de parasitismo anual) e a única que causou parasitismo todos os meses do ano. Além disso, esta espécie pode produzir até 17 parasitoides por cada formiga parasitada. Esses valores reforçam o potencial destes insetos como agentes de controle biológico e seu possível uso em estratégias de manejo das formigas-cortadeiras — finaliza.
Os autores:
Fabiola Aparecida Pimentel – Mestrado – Curso de PG em Produção Vegetal – UENF;
Omar Bailez – Prof. Comportamento de Insetos – LEF – orientador de Fabiola e Renata;
Renata Pereira – Doutorado – Curso de PG em Produção Vegetal – UENF;
Ana Maria Bailez-Viana – Profª. Semioquímicos – LEF – coorientadora de Fabiola