Cientistas abordam variantes da Covid-19 e riscos para a sociedade na XIII Mostra de Extensão

A mesa-redonda aconteceu na tarde desta terça-feira (05). Foto: reprodução da internet

Como parte da programação da XIII Mostra de Extensão IFF-UFF-UENF e V UFRRJ, na tarde desta terça-feira, 05/10/21, aconteceu a mesa-redonda “As variantes do coronavírus e os riscos para sociedade”. O debate contou com a participação de Herbert Guedes (IMPG/UFRJ), Jayme Souza Neto (UNESP) e a mediação de Milton Kanashiro (UENF).

Jayme iniciou a palestra fazendo uma breve introdução sobre as variantes, o trabalho que vem desenvolvendo na Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, no estudo de atividades de vacinas contra a Covid-19 e de algumas variantes da doença. Já Herbert falou sobre a sua participação no desenvolvimento de vacinas e de soros hiperimunes, o processo de tratamento e testes clínicos para avaliar os impactos da imunoterapia dentro do cenário com variantes.

O cientista da UFRJ alertou sobre os desafios da flexibilização, que já vem sendo feita em alguns locais.

“Pensando nas variantes, acho que ainda pode estar cedo para abrir mão das máscaras, que alguns lugares já estão querendo flexibilizar. Será que não é a hora de a gente continuar mantendo todas as medidas, avançar com a vacinação, avançar com a terceira dose, com a vacinação em crianças e estar com a população totalmente vacinada? 500 mortes ainda é muita morte por dia. Eu não estou convencido que é hora de flexibilizar. A situação é bem grave. A gente pode olhar o caso dos Estados Unidos, que fizeram uma flexibilização, mas voltaram atrás. As cepas estão aí e a capacidade de variantes também. Se a gente facilitar a vida do vírus, a capacidade de novas variantes surgirem é muito grande”, frisou.

Jayme ponderou sobre a entrada da variante delta num cenário de vacinação avançada no Brasil.

“A delta é uma variante em plena evolução. Mesmo com a redução dos casos, ela continua crescendo. Então, o grande ponto a ser observado é o seguinte: num cenário de vacinação em que o vírus não sai de circulação e continua evoluindo, o que vamos ter daqui a dois ou três meses? Concordo plenamente com o Herbert, porque não é hora de baixar a guarda. Sei que está todo mundo cansado com esse um ano e meio de pandemia, mas temos que ter muito cuidado com as medidas que serão tomadas daqui pra frente, para não surgir uma variante que escape das vacinas”, pontuou.

Para Kanashiro, no atual contexto, ainda é difícil eliminar o vírus do planeta.

“Sempre vai ter a questão da reinfecção, além do caso de vários países que ainda não conseguiram vacinar o público necessário para produzir a imunidade de grupo. Na minha opinião, vamos conviver algum tempo com o vírus e, provavelmente, o que vai acontecer é tomar vacina combinada, como fazemos anualmente contra a influenza”, destacou.

Herbert falou sobre como o uso de medicamentos ineficazes podem potencializar a circulação de novas mutações e a manutenção dos cuidados individuais.

“Uma coisa que a gente não pode esquecer é que o uso de medicamentos sem eficácia põe pressão no vírus para que surjam variantes. E nós temos sorte, porque esse vírus não é tão mutável. Ao tomar um antibiótico que não afeta o vírus, mas afeta a maquinaria da célula, você pode gerar cenários de aumento de variante. A gente precisa ficar atento a não tomar esses medicamentos ineficazes, a manter o isolamento quando estiver doente. Quanto mais o vírus circula, mais variante ele tem. Tomar vacina e usar máscara é proteção coletiva, para evitar as novas variantes”, completou.

Após a mesa-redonda, a Companhia Teatral IFFCena apresentou a esquete “Fofoca”. O evento segue até quinta-feira, dia 07/10/21, com apresentações de trabalhos, palestras e atividades culturais.

Assista aqui a mesa-redonda de hoje.

Veja aqui a programação do evento.

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