Egressos da EaD UENF/CEDERJ se destacam em suas áreas

Luciele de Léo Cardozo

Nos últimos anos, o ensino a distância (EaD) vem se consolidando no Brasil como uma forma eficiente de educação inclusiva.. A UENF, que iniciou seu primeiro curso na modalidade EaD há 23 anos, ao integrar o Consórcio CEDERJ, vê com orgulho os frutos deste trabalho. Com egressos destacando-se cada vez mais em suas áreas de atuação, a EaD UENF mostra que não perde nada em relação aos cursos presenciais da Universidade.

Um exemplo recente foi a mestranda Luciele de Léo Cardozo, primeira estudante da UENF a receber o prêmio Destaque de Iniciação Científica e Tecnológica do CNPq. A cerimônia de premiação, na categoria Bolsista de Iniciação Científica – área de Ciências da Vida – ocorre nesta terça, 15 de julho, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Recife.

— O curso da UENF pelo CEDERJ foi a oportunidade que eu tinha de entrar em uma universidade pública e de qualidade — afirmou Luciele, que foi aluna do curso de Ciências Biológicas da UENF/CEDERJ no Polo de Bom Jesus de Itabapoana no período de 2019 a 2024.

Sua orientadora, a professora Clícia Grativol, também foi aluna do curso de Ciências Biológicas da UENF pelo CEDERJ. Professora associada da UENF há 10 anos, ela atua hoje como assessora da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (ProPPG).

— Sempre é um grande desafio estudar na  EaD. O estudante precisa se adaptar a esta modalidade de ensino. Tive de aprender a estudar sozinha e lidar com a autonomia na busca pelo conhecimento. O material didático formulado especificamente para o curso EAD ajudou muito neste processo — conta Clícia, que estudou na segunda turma do curso de Ciências Biológicas, no Polo de Petrópolis.

Atuando também como coordenadora de disciplina do curso de Ciências Biológicas EAD da UENF, Clícia destaca que o EAD foi pensado para atingir o público do interior do estado do RJ que não possui recursos para se deslocar para grandes cidades e precisa de acesso à educação.

— Fiz o curso em 2003, quando pouca gente sabia o que era EAD. Eu não tinha recursos suficientes para sair da minha cidade, Teresópolis, para fazer um curso presencial na UFRJ, por exemplo. O grande legado do EAD do CEDERJ é levar o ensino superior público e de qualidade para o interior do estado do Rio de Janeiro — afirmou Clícia, que é professora da UENF há 10 anos.

Após concluir a graduação EAD em Ciências Biológicas, Clícia realizou o mestrado e o doutorado em Ciências Biológicas na UFRJ. No EAD da UENF, Clícia também foi coordenadora de tutoria, coordenadora de curso e coordenadora do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Marcela Rezende

Hoje doutoranda no Programa de Biotecnologia Vegetal da UENF, a estudante Marcela Rezende também começou no curso de Ciências Biológicas do CEDERJ. Ela conta que foi aluna do Polo de Itaperuna e, depois, ingressou no mestrado em Biotecnologia Vegetal.

— Foi por meio do CEDERJ que pude concluir a minha graduação e, posteriormente, iniciar minha trajetória na UENF — conta Marcela, que em seu TCC apresentou um modelo didático de anatomia vegetal para alunos com deficiência visual, atuando no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT).

Marcela, que também atuou no Projeto Xiloteca e na coordenação de extensão do Núcleo de Estudos da sua Pós-Graduação, atualmente desenvolve pesquisas na linha de caracterização da biodiversidade vegetal e bioprospecção de compostos bioativos. Ela ainda atua como coordenadora voluntária de Feiras de Ciências pela ProEx/UENF.

Co-orientanda da Marcela Rezende, a recém egressa do curso de Ciências Biológicas em EAD da UENF, Marta Valéria Moreira da Silva, comentou sobre os desafios para concluir o curso.

— Foram muitos desafios, mas meu marido e minha família me incentivaram. Na fase final, eu tive de dar conta do meu filho, trabalhar e ainda escrever meu TCC do zero. Mas no final tudo deu certo, graças a Deus. E agora eu vou viver o sonho que eu tive lá no início, que é de estar formada no curso que eu escolhi e venci pela melhor universidade, A UENF, que é bem prestigiada — considerou Marta.

Através do Consórcio CEDERJ, a UENF oferece ainda os cursos de Licenciatura em Pedagogia e Química. Os cursos, semipresenciais totalizam hoje 2.797 alunos ativos, sendo 1.714 na Licenciatura em Pedagogia, 931 nas Ciências Biológicas e 152 na Química.

Segundo a coordenadora da Universidade Aberta na UENF (UAB), professora Denise Ribeiro, os cursos de Licenciaturas semipresenciais da UENF já formaram 1.941 estudantes, sendo 987 em Ciências Biológicas, 867 em Pedagogia e 87 em Química.

Marta Valéria Moreira da Silva

Ela conta que a UENF iniciou a oferta de seu primeiro curso EaD, através do Consórcio CEDERJ,  em 2002 — Licenciatura em Ciências Biológicas. Em 2007, a UENF passou a integrar o sistema UAB, ofertando inicialmente os cursos de licenciatura em Ciências Biológicas e Química. Em 2014 teve início o terceiro curso, Licenciatura em Pedagogia. Atualmente os três cursos estão em andamento, com recursos UAB/Capes (nos polos aptos) e recursos do próprio Consórcio CEDERJ (todos os polos).

Os cursos se distribuem atualmente em 14 Polos, mantidos pela Fundação CECIERJ, em cooperação com as Prefeituras dos Municípios: Armação dos Búzios, Bom Jesus do Itabapoana, Cardoso Moreira, Itaperuna, Itaocara, Macaé, Miracema, Nova Friburgo, Petrópolis, Paracambi, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São Gonçalo e Santa Maria Madalena.

No total, atuam nos cursos EaD 91  professores coordenadores de disciplinas, sendo 61 professores atuando em disciplinas do curso Pedagogia, 15 no curso de Biologia e 15 no curso de Química. São 91  tutores à distância, sendo 50 tutores atuando em disciplinas do curso Pedagogia, 34 no curso de Biologia e 07 no curso de Química. Além disso, há 114 tutores presenciais, sendo 75 tutores atuando em disciplinas do curso Pedagogia, 15 no curso de Biologia e 24 no curso de Química.

Para Denise, a EaD é uma atividade de grande importância, particularmente por ser capaz de atingir a parcela da população mais desprovida de recursos financeiros, vivendo em regiões onde não há uma infraestrutura mínima para oferecer oportunidades de crescimento pessoal e profissional para os seus jovens.

Clícia Grativol

— Nessas regiões, muitas vezes no interior dos estados mas também nos arredores de grandes aglomerações urbanas, a oportunidade de obter uma formação gratuita e de qualidade, com flexibilidade de horários para as atividades remotas e diversidade de opções de atendimento presencial, que busca trazer condições para a execução dos estudos e das tarefas sem perder de vista o rigor das atividades práticas presenciais e das avaliações, traz esperança para os jovens e adultos e já apresenta resultados significativos para o Estado do RJ — afirma.

Na sua opinião, o ensino a distância da UENF vem crescendo e se aprimorando, cada vez mais sendo incorporado em termos de importância, transparência nas informações e igualdade de tratamento institucional em relação aos estudantes dos cursos presenciais.

— Os desafios são inúmeros, mas estamos certos de que o caminho da institucionalização da EaD, seja através das licenciaturas ou de novos cursos no futuro, é o caminho certo para o aprofundamento das ações da UENF em diversas regiões do Estado, cumprindo o papel previsto desde o plano diretor da UENF.

(Jornalistas: Wesley Machado e Fúlvia D’Alessandri – Fotos: Cassiane Falcão e Clara Freitas – ASCOM/UENF)

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