Em seu quarto dia de atividades, o XV Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT) e VIII Congresso Fluminense de Pós-Graduação (CONPG) teve a participação da presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), professora Mercedes Maria da Cunha Bustamante.
Ela ministrou palestra online, com transmissão no Centro de Convenções da UENF, sobre a atuação do órgão, que é responsável pela expansão e consolidação da pós-graduação Stricto sensu em todo o país. A palestra foi mediada pela vice-reitora da UENF, professora Rosana Rodrigues.
Segundo Mercedes, um dos objetivos da Capes, no momento, é resgatar as perdas dos últimos anos e avançar em novos projetos, bem como na retomada de ações como compra de equipamentos, o programa nacional de pós-doutorado e a articulação com o CNPq para apoio conjunto em editais.
Em resposta a um questionamento da pró-reitora de Assuntos Comunitários, Clícia Grativol, acerca da proibição de acúmulo de bolsas para quem já tem vínculo empregatício, principalmente em relação aos professores da educação básica, a presidente da Capes disse que isto está em vias de ser revogado.
— Tenho uma boa notícia. Estamos trabalhando em relação a isso junto ao CNPq, no sentido de deixar os critérios para concessão de bolsas a cargo das próprias instituições — disse.
O professor Fábio Olivares questionou a presidente da Capes em relação aos valores exorbitantes das taxa de processamento de artigos (APC), cobradas pelas editoras de periódicos científicos. Ele se mostrou preocupado em relação ao futuro da produção científica nacional.
— A questão que está se avizinhando é que 95% dos periódicos científicos vão ser APCs. Mas a maioria dos pesquisadores não terá R$ 15 mil para pagar numa publicação. Espero fortemente que a Capes esteja discutindo esta questão, porque a produção científica é a chave para a avaliação dos programas. Então produzir artigos científicos vai ficar difícil — disse.
A presidente da Capes disse que esta também é uma preocupação da Capes. Ela ressaltou que foi enviado aos pesquisadores recentemente um formulário para saber como estão se dando as publicações, que tipos de revistas, como é feito o pagamento, etc. Também foi realizado um seminário com representantes de cada área do conhecimento e representantes da Academia Brasileira de Ciências, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), além de convidados internacionais, no sentido de trabalhar a questão das APCs.
— O Portal de Periódicos é um investimento muito grande da Capes. Estamos vendo como trabalhar os chamados acordos transformativos, em que você tem agora um acordo com as editoras. Para isso ouvimos Colômbia, México, Alemanha, EUA, para ver o que vem sendo discutido em termo de modelos. Servidores da Capes recentemente participaram de uma reunião na Alemanha para discutir isso — disse.
A vice-reitora Rosana Rodrigues declarou sua confiança na atual gestão da Capes:
— Eu queria declarar aqui a nossa confiança na sua gestão, baseada na sua trajetória. Estamos muito esperançosos e muito satisfeitos com o que está sendo feito na Capes. A gente claramente entende que já mudou muita coisa e que novas ações importantíssimas na pós-graduação e da pesquisa brasileira virão aí sob a sua liderança.
