Uma modificação importante no Currículo Lattes entrou em funcionamento no último dia 15: a inclusão de um campo para o registro da licença-maternidade. Com isso, o CNPq atende a uma demanda de representantes da comunidade científica e do Movimento Parent in Science, cuja representante, na UENF, é a professora Clícia Grativol, do Laboratório de Química e Função de Proteínas e Peptídeos do Centro de Biociências e Biotecnologia da UENF (LQFPP/CBB/UENF).
“Este foi um passo extremamente importante, uma grande vitória das mulheres cientistas, porque até então não havia nenhum registro desse momento de pausa na carreira das cientistas devido à maternidade. E vários trabalhos já mostraram que existe um impacto da maternidade nesse percurso”, disse a professora. “A gente espera que isso seja só o início para a sensibilização de diversos outros problemas relacionados à equidade de gênero e à maternidade em si dentro da Academia”.
O Movimento Parent in Science é coordenado pela pesquisadora Fernanda Staniscuaski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que havia protocolado solicitação junto ao CNPq. A demanda foi formalizada em 2018, através de uma carta enviada ao CNPq, assinada pelo Movimento Parent in Science e mais 34 entidades científicas de todo o Brasil. Em 2019, o CNPq aceitou a proposta, porém a mudança não ocorreu naquele ano. Em nota publicada em 08/04/21, o Movimento afirma que a demanda foi reforçada em janeiro deste ano:
“Em janeiro de 2021, em nova reunião com o CNPq, reforçamos a
importância desta informação constar no currículo Lattes, uma vez que este é o instrumento utilizado por muitas das instituições de ensino/pesquisa e agências de fomento nos processos avaliativos em editais de fomento, solicitações de bolsas, concursos, processos de progressão funcional e outros. Publicamos ainda uma carta nos Anais da Academia Brasileira de Ciências reforçando a importância desta demanda”.
De acordo com a nota, a inclusão da informação sobre os períodos de licença-maternidade no Currículo Lattes, através de um campo específico, era uma das principais demandas do movimento. Desta forma, ficará “sinalizado o momento de pausa na carreira da cientista, podendo este fator ser então considerado nas avaliações realizadas com base no currículo, como já vem sendo praticado por agências de fomento estaduais (ex. FAPERGS e FAPERJ) e instituições de ensino e pesquisa (UFRGS, UFF, UNIPAMPA, entre outras)”.
Veja aqui a íntegra da nota e aqui o vídeo “Maternidade no Lattes – O que isto significa?”, no qual a coordenadora do Parent in Science, Fernanda Staniscuaski, explica a importância do registro no Lattes da licença-maternidade.
Veja aqui matéria publicada no site do MCTI.