Espaço virtual vai permitir discussões sobre questões relativas aos animais

O professor João Almeida, do Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de Microrganismos (LFBM) está dando início à criação de um espaço deliberativo virtual, dirigido a toda a comunidade que frequenta o campus Leonel Brizola, com o objetivo de criar um canal para discussão de questões relativas aos animais, como uma ferramenta de construção coletiva e exercício de cidadania.

A iniciativa faz parte de um projeto piloto do projeto de pós-doutorado do professor João Almeida e tem por objetivo validar uma metodologia de deliberação em bioética, idealizada pela professora Marta Luciane Fischer, da PUC do Paraná, utilizando a comunicação não-violenta, conceito criado por Marshall Rosemberg.

“Nessa primeira etapa, vamos tentar identificar quais as questões relativas ao bem estar animal que são mais importantes segundo a comunidade do campus (alunos, professores, funcionários, terceirizados e público externo). É importante que possamos contar com a participação de toda a comunidade, tanto na prospecção quanto na participação dos espaços deliberativos”, explica João. Numa segunda etapa, serão criadas oficinas de deliberação em bioética que visem a refletir sobre questões relativas aos animais no campus Darcy Ribeiro da UENF.

O professor lembra que, na UENF, há várias questões importantes que afetam toda a comunidade, como por exemplo o caso de animais comunitários que circulam no campus, animais que são atendidos e muitas vezes abandonados no Hospital Veterinário, uso de animais de laboratório e mesmo animais silvestres que são comuns no campus e que interagem com seus frequentadores, entre outros.

“Os direitos animais e sua proteção hoje são muitas vezes regulamentados por leis, o que aumenta ainda mais a complexidade dessas questões, que não podem ser definidas unilateralmente. O que se pretende é sensibilizar a comunidade para esses problemas, identificar quais são as questões mais relevantes e utilizar essas questões no projeto piloto visando uma construção coletiva que visa a desenvolver um espaço deliberativo aonde se trabalhem valores, conceitos e ideias presentes na argumentação de seus participantes, e a partir daí se faça uma discussão sobre o justo e o injusto, ético ou não ético, a partir da visão da bioética, ou seja, de uma ética prática que vise a valorização da vida”, explica.

Segundo João, o objetivo não é criar normas ou determinar ações, o que cabe às entidades como grupos de defesa dos animais ou à própria administração da Universidade, mas ser um espaço que possa fornecer parâmetros, educar e servir de ponto de consulta para essas questões, um espaço de diálogo para todos os membros da comunidade.

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