Professor da UENF lança tradução de livro sobre a história da química (NOSSA UENF)

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Como a química se desenvolveu ao longo da história? Utilizando o método filosófico, o livro História da Química, de Bernadette Bensaude-Vincent e Isabelle Stengers — que acaba de ser traduzido para a língua portuguesa pelo professor da UENF Fernando Luna — tenta responder a esta pergunta. Lançado pela Editora da Unicamp, o livro tem sido nos últimos anos uma referência nos estudos da história da ciência em todo o mundo.

Professor do Laboratório de Ciências Químicas da UENF (LCQUI), Fernando José Luna destaca no prefácio à edição brasileira que a originalidade das autoras está no emprego da filosofia para narrar a história da química, “deixando de lado, por exemplo, o pressuposto de que sempre haveria existido, ‘desde os tempos mais remotos’, uma disciplina chamada ‘química’ e, portanto, de que seria possível narrar a sua história sem essa indispensável problematização”.

Segundo ele, “as autoras recorrem ao método usado pelos filósofos para desvendar os mecanismos pelos quais a identidade da química foi construída em cada período histórico e como se deu a luta por um espaço para essa disciplina ao longo dos séculos.”

— Diferente de uma simples obra de divulgação da ciência, este livro não vai simplesmente contando a história, mas faz um questionamento o tempo todo sobre a natureza da ciência. A questão central é a definição de química ao longo da história. O livro começa com os alquimistas, depois passa pela Idade Média, a Renascença, pelo Iluminismo, até chegar ao século XX. Enquanto os fatos são narrados, as autoras vão tentando identificar essa questão da identidade da química, que vai se modificando com o passar dos séculos, e chega até hoje bem diferente do que era no passado. Porque a química, assim como a ciência, vai mudando de ‘cara’ o tempo todo — explica.

Bernadette Bensaude-Vincent é professora emérita da Universidade da Sorbonne e professora de história e filosofia da ciência da Universidade de Nanterre, bem como da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais da França. Isabelle Stengers é professora de filosofia da ciência na Universidade Livre de Bruxelas. O mentor de Isabelle, Ilya Prigogine recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1977.

Segundo Fernando Luna, o livro é dirigido não só a estudantes, mas a todos que gostam da história das ciências. Não é, porém, somente um livro de divulgação científica, tendo uma linguagem, portanto, mais acadêmica.

— Não é um livro fácil de ler. É preciso que o leitor tenha referências da história, da filosofia e também da química. Mas os livros que se tornam clássicos são esses livros mais difíceis, que vão mais a fundo e não se esgotam numa única leitura. Você sempre precisa voltar mais vezes ao livro para conseguir entender melhor — afirma.

Segundo o professor, uma questão abordada pelas autoras é o que significa a química na atualidade. Em grande parte devido ao aumento da poluição ambiental, muitas vezes a química é vista hoje como uma coisa ruim, embora esteja por trás de produtos que podem ajudar a humanidade, como remédios, fertilizantes e vacinas, por exemplo.

— Uma característica do século XIX e início do século XX era a ideia de que a ciência poderia resolver todos os problemas. De fato, muitos problemas foram resolvidos, mas por outro lado muitos foram criados também. Na verdade, a ciência e a química não são boas nem ruins; tudo depende do uso que se faz delas — afirma.

Esta é a quinta tradução do livro, que já existe em inglês, espanhol, grego e português de Portugal. Com 349 páginas, o livro pode ser adquirido no site da Editora da Unicamp, com desconto especial para professores (AQUI). Também já está disponível na Amazon.

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